Zelensky teve "discussão excelente" com Meloni
- 09/12/2025
"Tivemos uma discussão excelente e muito substantiva sobre todos os aspetos da situação diplomática. Agradecemos o papel ativo da Itália na geração de ideias práticas e na definição de medidas para aproximar a paz", escreveu Zelensky na sua conta oficial na rede social X depois do encontro com Meloni.
Na mesma publicação, Zelensky diz ter informado Meloni sobre o trabalho da equipa de negociação, indicando que Kiev e Roma estão a coordenar os esforços diplomáticos e garantindo que a Ucrânia "conta muito com o apoio contínuo da Itália".
O Presidente ucraniano também expressou a sua "gratidão pelo pacote de assistência energética e pelo equipamento necessário" fornecido por Roma, apontando que "é exatamente isso que irá apoiar as famílias ucranianas (...) que continuam a sofrer constantes ataques russos".
À margem do encontro, Zelensky, em declarações aos jornais italianos La Repubblica e Il Messaggero, questionado sobre as declarações de hoje do Presidente norte-americano, Donald Trump, que o acusou de "usar a guerra para evitar eleições", respondeu que está "sempre pronto" para eleições.
Antes da reunião no Palácio Chigi, o Presidente ucraniano foi recebido em audiência pelo Papa, um encontro realizado de manhã na residência de Leão XIV em Castel Gandolfo, nas proximidades de Roma, tendo o Vaticano apontado, em comunicado, que "durante as cordiais conversas, que se centraram na guerra na Ucrânia, o Santo Padre reiterou a necessidade de continuar o diálogo e expressou o seu desejo urgente de que as atuais iniciativas diplomáticas conduzam a uma paz justa e duradoura".
Zelensky, por seu turno, anunciou após o encontro que convidou Leão XIV a visitar a Ucrânia, comentando que tal constituiria "um sinal forte" para o povo ucraniano, assinalando ainda que foi discutido o eventual papel de mediador do Vaticano com vista ao regresso das crianças ucranianas raptadas pelas forças russas nos territórios ocupados.
A deslocação de Zelensky hoje a Itália decorreu no quadro do périplo que o chefe de Estado da Ucrânia está a realizar para conseguir apoio europeu para a Ucrânia e resistir à pressão dos Estados Unidos por um acordo desvantajoso com a Rússia.
Na segunda-feira, Zelensky reuniu-se em Londres com os líderes britânico, Keir Starmer, francês, Emmanuel Macron, e alemão, Friedrich Merz, rumando de seguida a Bruxelas, onde se reuniu com os líderes da União Europeia (UE) -- os presidentes do Conselho Europeu, António Costa, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen -- e da NATO, o secretário-geral Mark Rutte.
Estes esforços diplomáticos do Presidente ucraniano ocorrem num contexto particularmente delicado para Kiev, depois de a administração norte-americana ter voltado a acusar a Ucrânia de ser um entrave aos seus esforços para alcançar um acordo de paz que ponha fim ao conflito com a Rússia.
Numa conversa com repórteres no domingo à noite, o Presidente norte-americano, Donald Trump, manifestou frustração com Volodymyr Zelensky, alegando que o líder ucraniano ainda não leu a sua mais recente proposta de paz, já discutida com Moscovo, e cujo conteúdo é ainda desconhecido.
Após o encontro com aliados europeus em Londres, Zelensky sublinhou que não tem nem o direito legal nem moral de ceder território à Rússia, um dos pontos que estará incluído no plano de paz de Trump para pôr fim à guerra na Ucrânia, que começou há quase quatro anos, com o lançamento de uma invasão russa em grande escala, em fevereiro de 2022.
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