Zelensky pede pressão contínua sobre Rússia durante negociações de paz
- 24/12/2025
As declarações de Zelensky foram feitas após uma conversa com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a quem agradeceu "todo o apoio, ajuda e dedicação, não só este ano, mas desde o início da invasão russa em grande escala", há quase quatro anos.
"Valorizamos muito o apoio da União Europeia à Ucrânia neste momento diplomático, que é decisivo em muitos aspetos. Estão em curso negociações que podem alterar radicalmente a situação, sendo essencial exercer a pressão adequada sobre a Rússia em prol da paz: pressão conjunta de todos os parceiros", afirmou Zelensky na rede social X.
A conversa com a líder europeia centrou-se "na importância de apoiar a resiliência da Ucrânia e de reforçar" a sua posição na mesa das negociações.
Faremos tudo o que for necessário para alcançar este objetivo. Concordámos também em realizar novas conversas nos próximos dias. E embora todos já estejam ansiosos pelo Natal, não deixaremos de trabalhar um único dia em prol do nosso objetivo comum: alcançar a paz e garantir a segurança", concluiu.
I had a very warm and good conversation with the President of the European Commission, @vonderleyen. I am grateful for all the support, assistance, and maximum engagement not only this year, but from the very beginning of Russia’s full-scale invasion.
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) December 23, 2025
Last week, the European… pic.twitter.com/LPWEEoFfVg
Por sua vez, a presidente da Comissão Europeia reafirmou a sua "inabalável solidariedade para com o povo ucraniano, que continua a sofrer com os implacáveis ataques noturnos da Rússia".
A Rússia lançou, esta madrugada, mais de 650 'drones' e mais 30 mísseis contra as infraestruturas energéticas da Ucrânia, provocando pelo menos três mortos.
Zelensky criticou esta manhã o último ataque russo ao seu país, afirmando que constitui "um sinal muito claro sobre as prioridades" do Kremlin.
O ataque foi lançado "na véspera do Natal, quando as pessoas apenas querem estar com as suas famílias, em casa e em segurança" e "realizado basicamente no meio de negociações destinadas a pôr fim a esta guerra", denunciou Zelensky nas redes sociais.
Segundo adiantou Zelensky, o Presidente russo, Vladimir Putin, "ainda não consegue aceitar que tem de parar de matar", o que significa "que o mundo não está a exercer pressão suficiente sobre a Rússia".
Zelensky referiu que pelo menos 13 regiões foram atacadas e, embora um número significativo de 'drones' e mísseis tenha sido abatido, também houve impactos.
A proposta de acordo de paz em negociação foi apresentada pelos Estados Unidos e inicialmente foi acusada de corresponder às principais exigências do Kremlin, incluindo a cedência das regiões parcialmente ocupadas pela Rússia na Ucrânia, que teria também de abdicar da sua integração na NATO e dos seus planos de contingente militar.
Os detalhes do novo acordo entretanto revisto por Kiev não são conhecidos, mas, segundo Zelensky, envolve concessões territoriais da Ucrânia em troca de garantias de segurança ocidentais.
As negociações ocorrem numa fase de intensificação dos ataques russos nas frentes de batalha na Ucrânia, onde controlam agora cerca de 20% do território.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
Leia Também: Zelensky condena ataque quando decorrem negociações de paz: "Prioridades"













