Von der Leyen com Merz e Wever para desbloquear financiamento a Kyiv
- 05/12/2025
O anúncio foi feito por Paula Pinho, porta-voz de Ursula von der Leyen, em conferência de imprensa, em Bruxelas: "Hoje, mais tare, a presidente vai receber Friedrich Merz, chanceler federal da Alemanha, e vai depois encontrar-se com o primeiro-ministro da Bélgica, em conjunto com o chanceler Merz."
Ainda que não tenha revelado a razão para este reunião de última hora, o encontro está relacionado com a proposta que a Comissão Europeia apresentou na quarta-feira para tentar criar um mecanismo de financiamento estável para apoiar a Ucrânia nos próximos dois anos.
Friedrich Merz já se encontra em Bruxelas desde quinta-feira e adiu uma viagem à Noruega para discutir com o homólogo belga, Bart de Wever, a utilização dos recursos russos imobilizados nos países da União Europeia.
Na quarta-feira, o executivo europeu apresentou um plano de dois anos para financiar a Ucrânia, mas uma das opções consideradas --- o acesso aos ativos russos congelados na Europa --- continua a enfrentar a oposição do executivo belga.
A Bélgica acolhe a financeira Euroclear, que detém cerca de 210 mil milhões de euros dos ativos, de um total de 235 mil milhões de euros no espaço da UE.
Friedrich Merz disse que, apesar de levar as objeções da Bélgica "muito a sério", pretende convencer o homólogo belga de que o caminho proposto "é o correto" para ajudar a Ucrânia.
De acordo com a proposta da Comissão Europeia, a Alemanha "seria um dos possíveis Estados garantes para a salvaguarda destes ativos", observou.
"O meu objetivo não é apenas convencer o Governo belga, mas também todo o Conselho Europeu", afirmou o chanceler alemão a propósito da cimeira, agendada para 18 e 19 de dezembro, que vê como "a última oportunidade deste ano" para se chegar a um acordo.
No final de outubro, os países europeus comprometeram-se a encontrar soluções para financiar a Ucrânia nos próximos dois anos e garantir que Kyiv não fica sem recursos.
Merz assinalou na quinta-feira que há um consenso europeu no sentido de destinar os fundos congelados para apoiar a Ucrânia e suportar mais "dois ou três anos" de guerra, e não para beneficiar os Estados Unidos da América (EUA) no contexto de uma possível reconstrução do país.
Estas iniciativas permitiriam à União Europeia cobrir aproximadamente 90 mil milhões de euros dos quase 136 mil milhões de euros de que a Ucrânia necessitará em ajuda financeira e militar entre 2026 e 2027, de acordo com as estimativas do Fundo Monetário Internacional.
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