Viktor Orban envia empresários à Rússia para preparar o pós-guerra
- 06/12/2025
Esta missão centrar-se-á na cooperação económica e insere-se na vontade de "pensar desde já no mundo pós-guerra e pós-sanções", afirmou perante um milhar de pessoas reunidas num pavilhão desportivo em Kecskemét, no centro da Hungria.
Orbán, um dos poucos líderes europeus próximos tanto do presidente americano Donald Trump como do presidente russo Vladimir Putin, afirmou estar em negociações com os americanos e os russos, "embora não possa revelar todos os detalhes".
"É preciso antecipar, porque se Deus nos ajudar e a guerra terminar sem que sejamos arrastados para ela, e se o presidente americano conseguir reintegrar a Rússia na economia mundial, que as sanções sejam desmanteladas, encontrar-nos-emos num espaço económico completamente diferente", acrescentou.
De acordo com os meios de comunicação húngaros, a empresa húngara de petróleo e gás MOL está a considerar adquirir refinarias e postos de abastecimento na Europa, detidos pelos grupos russos Lukoil e Gazprom, sujeitos a sanções americanas, bem como participações em instalações de produção no Cazaquistão e no Azerbaijão - assuntos que terão sido abordados durante o encontro entre Orban e Trump no início de novembro, em Washington.
No final de novembro, Orban visitou Moscovo, onde prometeu a Vladimir Putin continuar a importar hidrocarbonetos russos, dos quais a Hungria continua dependente, desafiando mais uma vez a União Europeia sobre o assunto.
O líder húngaro não procurou diversificar as importações do seu país desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022, ao contrário de muitos dos seus vizinhos europeus.
Em novembro, anunciou que recorreu ao Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) para se opor à decisão da maioria dos Estados-Membros de aprovar, em outubro, o princípio de uma proibição, até ao final de 2027, das importações de gás natural russo.
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