Ventura troca ciganos por minorias "do costume" em novo cartaz. "Assim?"
- 30/12/2025
Uma semana depois de o tribunal ter ordenado a retirada dos cartazes do Chega que visavam a comunidade cigana, André Ventura anunciou, nas redes sociais, a substituição dos mesmos.
Num vídeo partilhado na página de Facebook e X, o candidato a Presidente da República aparece a subir um escadote e a colar o novo cartaz, em Vila Nova de Milfontes, no Alentejo, onde esteve numa arruada do Chega, na segunda-feira, 29 de dezembro.
Posteriormente, vê-se o que este tem escrito: "As minorias 'do costume' têm de cumprir a lei".
A referência étnica caiu mas o cartaz continua a ser provocatório e o líder do Chega deixa isso bem claro na legenda do vídeo. "E assim, será que pode ser ou também vão ficar melindrados?", ironiza.
Na sua conta de Instagram, o Chega partilhou uma foto do líder à frente do cartaz.
De acordo com o jornal Expresso, alguns dos cartazes que visavam a comunidade cigana ainda não foram retirados, apesar de, há uma semana, o Tribunal Cível de Lisboa ter estipulado um prazo máximo de 24 horas para Ventura os retirar, sob pena de pagar 2.500 euros por cada dia (e por cada cartaz) que permanecessem afixados.
André Ventura recorreu da sentença e aguarda que esta seja revista. Sobre os novos cartazes, o líder do Chega está confiante que o tribunal não vai dizer nada porque, na sua opinião, isso significaria que "estamos num estado de degradação democrática total".
Recorde-se que o Tribunal Local Cível de Lisboa deu razão à queixa das seis associações representativas da comunidade cigana e ordenou que André Ventura, líder do Chega e candidato presidencial às eleições de 18 de janeiro, a retirar os cartazes que colocou em diferentes locais do país contra esta comunidade.
Segundo a sentença, André Ventura tinha de "retirar, no prazo de 24 horas, todos os cartazes que colocou na via pública e nas diversas localidades do país com a menção 'os ciganos têm de cumprir a lei - André Ventura presidenciais 2026'".
Por cada dia de atraso, por cada cartaz que permaneça na via pública para além do prazo de 24 horas - ou por cada novo cartaz que possa vir a ser colocado -, salientava ainda a sentença, o líder do Chega teria de pagar uma multa de 2.500 euros. O que será que vai acontecer? A pergunta fica no ar.
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