Venezuela. Partido opositor denuncia 14 detidos e desaparecidos este mês
- 23/11/2025
"Alerta: perante a pressão internacional exercida, o regime criminoso liderado por Nicolás Maduro tem reagido com repressão, sequestros e desaparecimentos forçados. Durante o mês de novembro, 14 pessoas foram sequestradas e submetidas a desaparecimentos forçados durante horas, ou mesmo dias", denunciou o Comité dos Direitos Humanos do VV na X.
Na mesma rede social, o VV explica que "entre os reféns encontram-se quatro dirigentes do partido Vente Venezuela, três de outros partidos políticos e sete pessoas da sociedade civil".
"Entre eles estão José Marcelino Marcano, Dioxy García, José Barrientos, Ulises Ortega, Edgar José Salas Pinilla, Samantha Sofia Hernández Castillo, Roberto Vernet e Aranza de los Angeles Hernandez Colina", precisa.
Segundo o VV, "todas essas detenções arbitrárias complementam a extensa lista de presos políticos e violações dos direitos humanos que têm aplicado no país".
"A comunidade internacional deve apoiar os venezuelanos e contribuir imediatamente com a aplicação da justiça. Estamos perante um sistema criminoso que opera no mundo do narcotráfico a nível nacional e internacional, comete crimes contra a humanidade e representa uma ameaça real para o mundo", sublinha.
Ainda na X, o VV afirma que "defender a causa venezuelana é preservar o futuro de milhões de pessoas dentro e fora do país".
"Continuamos a levantar a voz até que haja justiça e liberdade para todos os presos políticos", conclui.
Por outro lado, também na X, Ramón Guanipa, filho do conhecido político Juan Pablo Guanipa, próximo de Maria Corina Machado, denuncia que o pai está arbitrariamente detido e isolado desde há seis meses, sem receber visitas nem atenção médica.
"Seis meses após a detenção arbitrária de Juan Pablo Guanipa, exigimos que seja respeitado o direito de visita e de assistência médica constante ao nosso pai", afirma, num vídeo.
Um utilizador da X, "ElMacroscopio", responde ao VV denunciando que as autoridades estão a utilizar a Divisão de Investigações Criminais da polícia no estado de Arágua, "como braço persecutório do regime".
"Estão a enviar intimações às pessoas e a atribuir-lhes crimes falsos para que compareçam na sede e as deixem sequestradas", explica.
Na quarta-feira, a organização não-governamental Justiça, Encontro e Perdão (JEP), denunciou a generalização da perseguição na Venezuela, que "não se limita a atores políticos", alargando-se a "profissionais, cidadãos e ativistas".
"A Venezuela enfrenta uma grave crise de desproteção do Estado, marcada por detenções arbitrárias e perseguição sistemática contra diferentes setores da sociedade. Até 19 de novembro de 2025, os nossos registos revelam um número significativo de pessoas privadas de liberdade por motivos políticos", começa por explicar a JEP num comunicado divulgado na rede social X.
A organização explica que "a amplitude dos perfis" dos detidos "evidencia que a perseguição não se limita a atores políticos, se estende a profissionais, cidadãos e ativistas, cujo trabalho os põe em situações de risco diante de processos irregulares, acusações infundadas e medidas que violam garantias judiciais básicas".
A JEP precisa que estão detidas 1.080 pessoas na Venezuela por motivos políticos, 177 delas mulheres e 903 homens. Entre os detidos, encontram-se 170 funcionários ativos de organismos de segurança do Estado, 11 ativistas, 224 representantes de organizações políticas, 35 antigos integrantes da segurança do Estado, 20 jornalistas e 14 sindicalistas.
"Há 145 pessoas das quais não se tem informação oficial sobre o seu paradeiro. Além disso, registamos 50 venezuelanos com dupla nacionalidade", especifica ainda a organização.
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