"Um doce"? Valente terá retomado contacto com Nuno Loureiro para o matar

  • 21/12/2025

Continuam a surgir novos detalhes acerca de Cláudio Neves Valente, o suspeito de ter matado o físico português Nuno Loureiro, em Boston, e de ter planeado o ataque na Universidade Brown, tendo dois estudantes morrido e vários ficado feridos. 

 

As autoridades norte-americanas, em conjunto com a Polícia Judiciária (PJ), tem passado a 'pente fino' o percurso académico de Neves Valente.

Depois de ter ido para os Estados Unidos fazer o doutoramento na Brown, onde esteve apenas um ano, o português, natural de Torres Novas, decidiu deixar uma promissora carreira académica e aceitou um emprego, em Portugal, como criador de software.

No entanto, em 2017, decidiu regressar aos Estados Unidos. Note-se ainda que, até ao momento, a causa do ataque e do homicídio de Nuno Loureiro é ainda desconhecida. 

Cláudio retomou contacto com Nuno Loureiro para o matar?

Ao que tudo indica, Cláudio Valente teria retomado recentemente o contacto com o físico e ex-colega Nuno Loureiro e, por isso, sabia onde é que ele morava, segundo o Correio da Manhã (CM).

Nuno Loureiro abriu as portas de sua casa ao ex-colega na segunda-feira, dia 15 de dezembro, longe de imaginar que o amigo seria o autor do ataque na Universidade Brown ou que o iria matar de seguida. 

"A atitude do Cláudio era desagradável"

Alguns dos ex-colegas de Neves Valente têm falado sobre o português, tendo descrito o seu passado académico como conturbado.

O físico Filipe Moura foi "monitor" de Valente no Instituto Superior Técnico (IST) de Lisboa entre os anos de 1996 e 1997, revelando que teve contacto com o homicida até ao início dos anos 2000 e que o português não gostou da experiência na Universidade Brown, uma das universidades norte-americanas que pertence à Ivy League, tendo desistido do doutoramento em 2001. 

"O Cláudio Valente e o Nuno Loureiro eram meus colegas no curso de Engenharia Física Tecnológica. Eu era três anos mais velho do que eles e fui monitor de um deles (justamente o Cláudio), de Análise Matemática III, no meu ano final de licenciatura (o segundo ano deles). Nas aulas práticas, eu fiquei com uma das turmas, e o Nuno Romão com a outra (o responsável pela cadeira e pelas aulas teóricas era o João Palhoto Matos). Tudo isto no Instituto Superior Técnico, no ano letivo de 1996/97", pode ler-se numa publicação no Facebook de Filipe Moura. 

O físico descreveu "o ano do Cláudio (e do Nuno Loureiro e outros)" como tendo sido um "ano particularmente bom", notando que Cláudio "era um dos melhores, mas nas aulas tinha uma necessidade muito grande de se fazer notar e de mostrar que era melhor do que os outros".

"Em princípio gosta-se de dar aulas a bons alunos, mas a atitude do Cláudio era desagradável, envolvendo-se frequentemente em quezílias com colegas que ele não considerava tão brilhantes como ele (e que provavelmente não eram - mas eram seus colegas e tinham todo o direito de estarem ali). Eram quezílias totalmente desnecessárias, que não adiantavam nada à aula e que faz com que a recordação de dar aulas ao Cláudio nem seja das melhores (ao contrário de muitos outros colegas da mesma turma)", continuou.

Filipe Moura revelou que manteve "contacto com o Cláudio por três anos", acrescentando que acompanhou "o resto do seu percurso no Técnico e o início do seu doutoramento em Brown" e revelando que trocou "muitos emails nessa altura".

"Vi que ele mantinha a mesma atitude - que me contava - de manter conflitos desnecessários com colegas do doutoramento nas aulas, que mais uma vez ele considerava muito menos capazes do que ele - e que provavelmente até seriam. Pude-me aperceber de que ele não estava a gostar de estar na Universidade de Brown, mas procurei convencê-lo de que aquilo seria uma fase inicial, um choque cultural, mas que aquele doutoramento era uma excelente oportunidade que ele não deveria desperdiçar, e que quando ele começasse a fazer investigação e acabasse a fase curricular de certeza que iria gostar. Não adiantou", explicou.

E acrescentou: "O Cláudio achava que nada daquilo valia a pena, que era uma perda de tempo e os outros eram todos uns incapazes. E desistiu do doutoramento ao fim de um ano. Foram as últimas notícias que tive dele. Entretanto acabei eu o meu doutoramento, deixámos de falar e a última vez que soube do Cláudio ele tinha regressado a Portugal e estava a trabalhar, como informático, no portal SAPO (ou seja, na PT). Nunca mais soube nada dele até hoje. Nunca esperei que ele fosse capaz de uma coisa destas". 

No entanto, nos comentários, há quem não concorde com a descrição deste ex-aluno e diga que, apesar de Cláudio Valente poder até ser "arrogante", comportava-se de uma maneira semelhante a tantos outros alunos "brilhantes", não apresentando um comportamento antissocial. 

"O Cláudio? Como?"

Já numa entrevista dada ao Diário de Notícias (DN), uma ex-colega de Cláudio Neves Valente afirmou que quando viu as notícias não associou imediatamente. No entanto, conta que foi através de um grupo do WhatsApp que alguém disse: "Vocês viram o Cláudio?"

"Ficámos todos em choque, a reação generalizada foi 'Fónix, o Cláudio? Como?", disse.

A ex-colega, que não se identificou com o nome verdadeiro, revelou que gostava muito de Cláudio e que trabalhou com ele "por duas vezes, a primeira a partir de 2001, durante uns cinco ou seis anos, e depois de novo mais tarde", explicando que Valente era developer, isto é, escrevia códigos para programar os serviços da SAPO.

"Ele era absolutamente genial, de uma inteligência fora de série, mas muito simpático e extraordinariamente acessível. Tinha muita paciência e explicava. Era muito boa pessoa. Um doce, verdadeiramente. E toda a gente que no Sapo privou com ele diz isso, que ele era acessível e simpático", adiantou, acrescentando que Cláudio tinha um "sentido de humor apuradíssimo", mas era extremamente reservado quanto à sua vida pessoal.

Valente não tinha ligação aos pais

Segundo a imprensa local, Cláudio Neves Valente era filho único e pertencia a uma família de classe média do Entroncamento. O homicida havia cortado relações com os pais quando foi estudar para a Brown.

Aliás, só na passada sexta-feira, dia em que foi divulgada a identidade do alegado assassino de Nuno Loureiro, é que a mãe teve notícias do filho. 

De salientar que, depois de ter ido para a Universidade Brown estudar e de ter desistido do doutoramento, pouco se sabe sobre a vida de Cláudio Valente. Sabe-se que trabalhou na SAPO e que, em 2017, conseguiu obter o estatuto de residente permanente legal nos Estados Unidos, tendo a sua morada declarada em Miami. Tudo o que foi feito a partir daí é uma incógnita. 

Autoridades chegaram a Valente 'auxiliadas' por post no Reddit

Recorde-se que foi através de uma publicação no Reddit que as autoridades conseguiram chegar à identificação de Cláudio Manuel Neves Valente. A publicação apontava para um Nissan cinzento com matrículas da Florida, que Valente estaria a conduzir.

Sabe-se agora que essa publicação foi feita por um sem-abrigo, identificado apenas como "John". Ao que tudo indica, "John" estava a pernoitar junto ao edifício de Engenharia da Universidade Brown.

De acordo com o New York Post, o sem-abrigo está sob "proteção" das autoridades e encontra-se hospedado num hotel, podendo até vir a receber uma recompensa de 50 mil dólares por ter ajudado na investigação. 

"John" e Cláudio Valente ter-se-ão cruzado numa casa de banho do edifício de Engenharia horas antes de o tiroteio acontecer. O sem-abrigo disse ter reparado que as roupas que o português usava eram "inapropriadas e inadequadas para o clima". 

Já mais tarde, "John" voltou a encontrar-se com Valente e questionou-o: "O teu carro está lá atrás, porque é que estás a dar voltas ao quarteirão?". O português terá respondido: "Não te conheço de lado nenhum. Porque é que me estás a importunar?".

Note-se que "Jonh" reconheceu as imagens do homicida, que tinham sido divulgadas pelas autoridades, e escreveu no Reddit que a polícia deveria investigar um Nissan cinzento com a matrícula da Florida.

Cláudio Valente foi encontrado morto

O resultado da autópsia ao corpo de Cláudio Neves Valente, o português de 48 anos, concluiu que o suspeito morreu de um tiro na cabeça e que tirou a própria vida. "Com base nos resultados dos exames e nas informações investigativas disponíveis até o momento, estima-se que o sr. Neves Valente tenha morrido a 16 de dezembro de 2025" - no dia a seguir a, alegadamente, ter disparado sobre Nuno Loureiro, que acabou por morrer também na terça-feira.

Cláudio Valente, recorde-se foi encontrado morto na quinta-feira, 18 de dezembro, num armazém em Salem, New Hampshire. Já na altura as autoridades suspeitavam que o português tivesse tirado a própria vida.

Assassino de físico português morreu dias antes de corpo ser encontrado

Assassino de físico português morreu dias antes de corpo ser encontrado

Cláudio Neves Valente, o homem suspeito de ter morto dois alunos da Universidade de Brown e o Nuno Loureiro, morreu de um tiro na cabeça (autoinfligido) um dia depois de ter disparado contra o português com quem andou na universidade.

Carolina Pereira Soares | 22:29 - 19/12/2025

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/pais/2907961/claudio-valente-tera-retomado-contacto-com-nuno-loureiro-para-o-matar#utm_source=rss-ultima-hora&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

Top 10

top1
1. Casamento Gay

Quim Barreiros

top2
2. Claudia VS Rosinha

Claudia Martins Minhotos Marotos

top3
3. Que O Amor Te Salve Nesta Noite Escura

Pedro Abrunhosa com Sara Correia

top4
4. Porque queramos vernos feat. Matias Damasio

Vanesa Martín

top5
5. Dona Maria

Thiago Brava Ft. Jorge

top6
6. Deus de Promessas

Davi Sacer

top7
7. Caminho no Deserto

Soraya Moraes

top8
8.

Midian Lima

top9
9. Lugar Secreto

Gabriela Rocha

top10
10. A Vitória Chegou

Aurelina Dourado


Anunciantes