UE/África? Costa e Von der Leyen querem "parceria orientada para futuro"
- 24/11/2025
No dia em que líderes da UE e da UA se reúnem em Luanda para a 7.ª cimeira União Europeia-União Africana, Costa e Von der Leyen vincam, num artigo de opinião hoje publicado, que a parceria entre os dois blocos "tem como objetivo moldar um mundo mais justo, mais 'verde' e mais seguro, baseado em valores partilhados e no respeito mútuo", sendo agora "momento para uma parceria audaz e orientada para o futuro".
"Ao olharmos para os próximos 25 anos, a nossa mensagem a partir de Luanda é clara: África e Europa estão unidas na ambição, iguais na parceria e determinadas a libertar todo o potencial dos nossos povos, especialmente dos jovens", vincam nesta posição comum.
Os dois altos responsáveis europeus adiantam que, "ao longo dos últimos 25 anos, a parceria UA--UE tornou-se mais profunda, mais ampla e mais estratégica".
A UE é o primeiro parceiro comercial de África, contribuindo com um terço do comércio total de África.
É também o seu primeiro investidor, o seu primeiro parceiro em matéria de paz e segurança e o seu primeiro doador humanitário.
Hoje e terça-feira, os líderes da UE e da UA reúnem-se em Luanda para a sétima cimeira UE-UA, centrada em "promover a paz e a prosperidade através de um multilateralismo eficaz", quando se assinalam também os 50 anos da independência de Angola.
O encontro de alto nível será copresidido pelo Presidente de Angola, João Lourenço, e pelo presidente do Conselho Europeu, António Costa, estando a UE ainda representada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e a UA pelo presidente da Comissão da União Africana, Mahmoud Ali Youssouf.
Após discussões sobre paz, segurança, governança e migrações, será divulgada uma declaração conjunta no final da cimeira.
Enquanto vizinho mais próximo da Europa, o continente africano é uma prioridade geopolítica fundamental para a União Europeia.
Este ano, a UE e a UA celebram 25 anos da sua parceria, num acordo político formal que tem vindo a proporcionar oportunidades para o desenvolvimento dos laços económicos, culturais e políticos entre os dois continentes.
As cimeiras entre os dois blocos decorrem de três em três anos, alternadamente na Europa e em África, e reúnem líderes europeus e africanos para abordar desafios comuns e definir objetivos partilhados.
A UE é o principal parceiro de África nos domínios da energia, paz e segurança, transição verde, comércio e investimento e transformação digital.
A balança comercial entre a União Europeia e os países africanos melhorou 8% em 2024, mas continua negativa para os europeus em 23,3 mil milhões de euros, num total de trocas comerciais acima de 355 mil milhões.
Em matéria de investimento, com 238,9 mil milhões de euros em 2023, a UE foi o maior fornecedor de investimento direto estrangeiro em África.
Para apoiar investimentos sustentáveis baseados nas prioridades e necessidades dos países africanos, a UE estabeleceu um pacote de pelo menos 150 mil milhões de euros até 2030.
A UE financia outros programas e iniciativas que beneficiam vários países africanos, num total de 79,5 mil milhões de euros entre 2021 e 2027.
De momento, existem ainda 12 missões e operações civis e militares em África apoiadas pela UE, uma das quais em Cabo Delgado, Moçambique.
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