UE quer redefinir relação com vizinhos do sul com novo "Pacto para o Mediterrâneo"
- 28/11/2025
"O Mediterrâneo tem estado no topo da nossa lista, no topo da nossa agenda de política externa, desde o início do mandato desta Comissão", disse a chefe da diplomacia da União Europeia (UE) Kaja Kallas, que sublinhou que "a importância geopolítica da região não pode ser subestimada" e referiu, enre outros exemplos, a situação na Síria ou a guerra no território palestiniano de Gaza.
O "Pacto para o Mediterrâneo" é um conjunto de intenções apresentado em 16 de outubro pela Comissão Europeia para aumentar a cooperação com os países da UE e outros que partilham o Mar Mediterrâneo.
"Estamos a propor mais milhares de milhões de financiamento no âmbito do nosso próximo orçamento a longo prazo e, com o nosso novo Pacto, apresentamos mais de 100 iniciativas que beneficiarão as pessoas e a região em geral", disse hoje Kaja Kallas.
"Neste momento, existe uma janela de oportunidade para redefinir a relação da União Europeia com os seus vizinhos do sul e construir bases mais sólidas para o futuro", acrescentou, sublinhando que estão em causa projetos que "abrangem tudo, desde o apoio ao 5G e aos centros de dados até à segurança energética".
Kaja Kallas disse que a UE quer "apoiar os jovens" de países parceiros para lhes dar "melhores oportunidades, através da formação, do emprego e de economias locais mais fortes".
"Expandir as oportunidades no país de origem dá às pessoas a liberdade de escolher o seu próprio futuro, em vez de serem empurradas para a migração por necessidade", acrescentou, dizendo que "é também uma oportunidade para melhor abordar" as "ameaças comuns à segurança", incluindo as relacionadas com catástrofes.
"Muita coisa mudou nos 30 anos desde que a UE e os países mediterrânicos estabeleceram a parceria regional. Hoje, adotamos um plano para tornar a nossa cooperação mais focada no futuro", acrescentou.
O novo "Pacto para o Mediterrâneo" da UE foi formalmente lançado hoje durante o 10.ª Fórum Regional da União pelo Mediterrâneo (UpM), a reunião anual dos chefes da diplomacia dos 27 estados-memebros do bloco europeu, da Comissão Europeia e de mais 16 países mediterrânicos.
A UpM foi criada em 2008 e é herdeira da Conferência Euro-mediterrânica, fundada há 30 anos, em 1995, e conhecida como "processo de Barcelona", tendo como objetivo fomentar a cooperação na região euro-mediterrânica.
Fazem parte da UpM a Comissão Europeia e 43 países - os 27 da UE e mais 16 Estados mediterrânicos da Europa, do Norte de África e do Médio Oriente, incluindo a Palestina, não reconhecida oficialmente como Estado por vários países que integram a organização.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, Ayman Safadi, que com Kaja Kallas copresidiu ao encontro da UpM, considerou, segundo atradução para espanhola das declarações que fez em árabe, que o novo "Pacto para o Mediterrâneo" abre "novas vias para acooperação bilateral e outras capazes de gerar um contxeto próspero adequado para a paz e a segurança" na região da bacia do Mediterrâneo.
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