Turquia convoca embaixadores de Kyiv e Moscovo por ataques a navios
- 04/12/2025
As reuniões com os diplomatas ucraniano e russo na Turquia decorreram hoje e na quarta-feira, afirmou a vice-ministra dos Negócios Estrangeiros turca, Berris Ekinci, numa comissão parlamentar.
"Nas últimas semanas, temos assistido a uma escalada muito grave nos ataques mútuos na guerra russo-ucraniana. E, recentemente, têm-se registado ataques na nossa zona económica exclusiva no mar Negro", declarou a governante.
"Ontem [quarta-feira] e hoje, convocámos o encarregado de negócios russo em Ancara e o embaixador ucraniano para lhes transmitir a nossa preocupação. Não queremos que o mar Negro se torne um campo de batalha, nem queremos ser arrastados para um", acrescentou.
A Ucrânia reivindicou a autoria de dois ataques com drones navais na madrugada da passada sexta-feira aos petroleiros Kairos e Virat, ambos com pavilhão da Gâmbia e registados em nome de empresas chinesas.
As duas embarcações, vazias no momento do ataque, estavam a caminho do porto russo de Novosibirsk, alegadamente para carregar crude russo.
Segundo Kiev, fazem parte da "frota paralela" da Rússia, composta por navios russos camuflados para contornar as sanções impostas a Moscovo.
No Kairos, deflagrou um enorme incêndio, extinto por barcos dos bombeiros turcos, que dele resgataram a tripulação, ao passo que o Virat, apesar de não ter sofrido grandes danos, interrompeu a sua viagem e está ancorado perto de Istambul.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, manifestou na segunda-feira a sua forte oposição a estes ataques, que classificou como "imperdoáveis".
Na terça-feira, o navio Midvolga 2, de pavilhão e propriedade russos, foi também atacado quando transportava uma carga de óleo de girassol da Rússia para a Geórgia. Não foram relatados grandes danos e não foi necessária qualquer intervenção, de acordo com as autoridades turcas.
Quando foi chamado ao MNE turco, o embaixador ucraniano, Nariman Dzhelalev, assegurou aos homólogos turcos que este terceiro ataque não foi levado a cabo por Kiev, segundo o Cumhuriyet, que cita um diplomata turco que solicitou o anonimato.
A Turquia apoia politicamente a Ucrânia, em guerra com a Rússia desde que esta invadiu o seu território, a 24 de fevereiro de 2022, e também lhe vende armamento, mas mantém boas relações com Moscovo, abstendo-se de lhe impor sanções, e já acolheu várias rondas de negociações entre os dois países.
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