Trump diz que Venezuela retirou direitos petrolíferos a EUA e quer recuperá-los
- 17/12/2025
"Lembrem-se de que nos tiraram todos os nossos direitos energéticos. Tiraram-nos todo o nosso petróleo não faz muito tempo. Queremos de volta. Foi-nos tirado ilegalmente", declarou o líder norte-americano à imprensa a partir da base aérea de Andrews, nos arredores de Washington.
"Queremos de volta. Tiraram-nos os nossos direitos petrolíferos, apesar de haver muito petróleo lá, como sabem, expulsaram as nossas empresas, e queremos de volta", insistiu.
Estas declarações surgem um dia depois de Trump anunciar que ordenou um bloqueio total à entrada e saída da Venezuela de navios petrolíferos sancionados pelo Governo norte-americano.
O presidente intensificou a pressão sobre a Venezuela, um país dependente do negócio petrolífero, após ter confiscado na semana passada um navio que tinha saído do país sul-americano e confiscar o crude que transportava.
A indústria petrolífera venezuelana foi nacionalizada a 01 de janeiro de 1976, durante a primeira presidência de Carlos Andrés Pérez, e reservou os direitos de exploração e aproveitamento de reservas do país à empresa estatal Petróleos de Venezuela (Pdvsa).
Em 2007, o então presidente Hugo Chávez modificou as regras sobre a indústria petrolífera para obrigar as multinacionais a tornarem-se sócias minoritárias da Pdvsa ou a retirarem-se do país.
Apesar da tensão entre Washington e Caracas, a empresa norte-americana Chevron opera na Venezuela associada à Pdvsa, graças a uma licença do Departamento do Tesouro que a isenta das sanções impostas ao crude venezuelano.
O subchefe de gabinete da Casa Branca, Stephen Miller, assegurou hoje que os Estados Unidos criaram a indústria petrolífera da Venezuela e qualificou a sua nacionalização como "o maior roubo registado de riqueza e de propriedade" do seu país.
Até agora, a Administração de Trump afirmou que a sua estratégia de pressão sobre a Venezuela visava combater o narcotráfico, pois acusa o Governo de Nicolas Maduro de liderar o Cartel de los Soles.
As Forças Armadas dos Estados Unidos destruíram desde setembro cerca de vinte embarcações nas Caraíbas e no Pacífico que supostamente transportavam droga, matando extrajudicialmente pelo menos 95 tripulantes.
Trump prometeu iniciar "em breve" ataques contra o narcotráfico em território venezuelano, enquanto Maduro instou os seus cidadãos a juntarem-se a milícias cidadãs para defender o país.
Entretanto, os democratas da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos apresentaram duas resoluções sobre poderes de guerra, depois de a Administração de Donald Trump ter declarado o Governo venezuelano como "organização terrorista" e bloqueado toda a sua frota petrolífera.
O primeiro documento, apresentado pelo representante democrata Gregory Meeks, defende retirar as Forças Armadas dos EUA "das hostilidades com qualquer organização terrorista designada pela Presidência no hemisfério ocidental", a menos que o Congresso tenha declarado guerra ou autorizado o uso da força militar para tais fins.
O comité de Relações Exteriores dos democratas indicou que "a Câmara votará brevemente" a resolução de Meeks "para pôr fim aos ataques militares extrajudiciais" na região. "Os membros devem votar sim e deixar claro que nenhum presidente pode arrastar unilateralmente os Estados Unidos para um conflito que o povo não deseja", sublinhou.
Por seu lado, o representante democrata Jim McGovern apresentou uma segunda resolução que retiraria às Forças Armadas "das hostilidades dentro ou contra a Venezuela que não tenham sido autorizadas pelo Congresso".
Este texto poderia ter maiores hipóteses de ser aprovado porque conta com o apoio de três republicanos, informa a cadeia de televisão CBS.
Segundo a resolução de poderes de guerra de 1973, o presidente deve consultar o Congresso "em todos os casos possíveis" antes de envolver as Forças Armadas em hostilidades, a menos que haja uma declaração de guerra ou outra autorização do Congresso.
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