Trump ameaça invadir Nigéria se "assassínio de cristãos" continuar
- 01/11/2025
"Se o Governo nigeriano continuar a permitir o assassínio de cristãos, os Estados Unidos suspenderão imediatamente toda a ajuda e assistência à Nigéria e poderão até invadir este país agora desonrado, 'de armas em punho', para eliminar completamente os terroristas islâmicos que estão a cometer estas horríveis atrocidades", escreveu Trump na sua rede social, Truth Social.
"Estou a instruir o nosso Departamento de Guerra para se preparar para uma possível ação. Se atacarmos, será rápido, brutal e certeiro, tal como os criminosos terroristas atacam os nossos QUERIDOS cristãos!", acrescentou.
A concluir, o chefe de Estado norte-americano escreveu, em maiúsculas, "AVISO: O GOVERNO NIGERIANO DEVE AGIR RAPIDAMENTE!"
Só nos primeiros sete meses deste ano, mais de 7.000 cristãos foram mortos na Nigéria, segundo um relatório divulgado em agosto pela Associação Internacional para as Liberdades Civis e o Estado de Direito (Intersociety), uma organização não-governamental (ONG) africana que documenta violações de direitos humanos, citado pelo diário norte-americano The Washington Post.
Nas últimas semanas, a violência levou o senador Ted Cruz (republicano do Texas) a apresentar um projeto de lei responsabilizando as autoridades nigerianas que facilitam os ataques 'jihadistas' islâmicos a cristãos, e o apresentador de 'talk-shows' do canal televisivo HBO Bill Maher criticou duramente a comunicação social por ignorar em grande parte "a sangrenta perseguição aos cristãos".
Além dos motivos religiosos em causa nestas estatísticas, existem conflitos por causa de terras, sequestros para resgate (sobretudo de padres católicos) e outros focos de conflito.
Em março, em resposta a críticas do Congresso dos Estados Unidos, o Governo nigeriano afirmou que a violência no país "não é motivada por preconceito religioso nem direcionada contra qualquer grupo religioso em particular".
Embora não exista oficialmente uma religião oficial, a Nigéria é membro da Organização para a Cooperação Islâmica, que se autointitula "a voz coletiva do mundo muçulmano".
Os números variam e são difíceis de verificar, mas entre 2009 e 2023, na Nigéria, a Intersociety reportou pelo menos 52.000 cristãos mortos, 18.500 sequestrados (com poucas hipóteses de sobreviver) e mais de 20.000 igrejas e escolas cristãs alvo de ataques.
Cristãos de diversas confissões e muçulmanos moderados morrem regularmente às mãos do grupo 'jihadista' Boko Haram, da milícia Fulani e de outros grupos violentos.
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