Trump acusa Zelensky de não mostrar "qualquer gratidão" aos EUA
- 23/11/2025
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou a "liderança" da Ucrânia de não demonstrar "qualquer gratidão" pelos esforços de Washington para terminar a guerra com a Rússia e defendeu, novamente, que a invasão "jamais teria acontecido" se estivesse na Casa Branca em fevereiro de 2022.
"A guerra entre a Rússia e a Ucrânia é violenta e terrível, e com uma liderança forte e adequada dos EUA e da Ucrânia, JAMAIS teria acontecido. Começou muito antes de eu assumir o meu segundo mandato, durante a administração do Joe Biden, e só piorou", começou por considerar numa publicação na sua rede social, a Truth Social, este domingo.
Para Donald Trump, o seu homólogo russo, Vladimir Putin, viu a eleição de Joe Biden - que considerou ter sido "FRAUDULENTA e ROUBADA" - como uma "oportunidade" para invadir a Ucrânia, reiterando que "Putin nunca teria atacado" se fosse presidente.
Em letras maiúsculas, defendeu: "Herdei uma guerra que nunca deveria ter acontecido, uma guerra que é uma derrota para todos, especialmente para os milhões de pessoas que morreram desnecessariamente. A 'liderança' ucraniana não mostrou gratidão pelos nossos esforços e a Europa continua a comprar petróleo à Rússia".
Na publicação, Trump assinalou que os EUA "continuam a vender quantidades massivas de armas à NATO para distribuir à Ucrânia" e deixou críticas ao seu antecessor, Joe Biden, que disse ter cedido estas de forma gratuita.
Sublinhe-se que os Estados Unidos elaboraram, na semana passada, um plano para pôr fim à guerra na Ucrânia, sem, contudo, consultar Kyiv ou a União Europeia (UE).
O plano de paz elaborado por Washington tem 28 pontos e corresponde às principais exigências russas, propondo que Kyiv limite o seu exército a um máximo de 600.000 soldados após a guerra, descarte a adesão à NATO e se retire do território que ainda controla no leste do país, na região de Donbass, que se tornaria uma zona desmilitarizada após o conflito e seria reconhecida de facto como russa.
Zelensky já defendeu que se recusa a trair a nação e anunciou que vai propor alternativas ao plano, reconhecendo que este "é um dos momentos mais difíceis e de maior pressão" da história da Ucrânia, que se confronta com "escolhas muito difíceis" face à proposta de 28 pontos.
Já este domingo, Zelensky admitiu que o plano norte-americano poderia incluir as "perspetivas ucranianas", após reuniões na Suíça entre ucranianos, americanos e europeus.
Trump já fez um ultimato a Zelensky para que aceite o plano de paz da Casa Branca para o conflito na Ucrânia até quinta-feira, Dia de Ação de Graças.
"Se tudo correr bem, os prazos podem ser alargados. Mas quinta-feira é o dia que consideramos apropriado", afirmou o líder norte-americano em entrevista à Fox Radio.
Vários líderes mundiais, incluindo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, assinaram um comunicado afirmando que o plano de Trump é um rascunho sobre o qual trabalhar e no qual defendem que as fronteiras não podem ser alteradas pela força.
Os subscritores do comunicado alertam que a limitação do tamanho do exército ucraniano deixaria o país vulnerável a futuros ataques.
Também assinaram esse documento líderes como o presidente da França, Emmanuel Macron, o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, o chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, e os primeiros-ministros do Canadá, Mark Carney, da Itália, Giorgia Meloni, do Japão, Sanae Takaichi, e do Reino Unido, Keir Starmer.
[Notícia atualizada às 15h34]
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