Trump abre a porta a negociações com Maduro em contexto de tensões
- 26/11/2025
Essas operações militares dos Estados Unidos, justificadas com a necessidade de combater o tráfico de droga, também fizeram aumentar o receio de uma eventual intervenção ou ataque norte-americano em território venezuelano.
"Poderei falar com ele (Maduro), veremos", declarou Trump à comunicação social.
"Se pudermos salvar vidas e se pudermos fazê-lo pacificamente, ótimo. Se tivermos de o fazer pela força, também está tudo bem", afirmou, enquanto acusava Caracas de "causar muitos problemas" a Washington e de "enviar milhões de pessoas" para os Estados Unidos.
"Eles abriram as suas prisões e enviaram as pessoas para os Estados Unidos. Não estamos satisfeitos com isso", sublinhou Trump, reiterando as acusações à Venezuela pelo seu alegado papel nas operações de tráfico de droga e identificando novamente o gangue Tren de Aragua como uma das principais organizações criminosas da região.
As declarações de Trump surgiram depois de Maduro ter discursado perante centenas de apoiantes, falando de uma "conjuntura decisiva" para a Venezuela.
"É proibido falhar nesta conjuntura decisiva para a existência da República. Não há desculpas para ninguém, seja civil, político, militar ou polícia", afirmou.
"Que ninguém arranje desculpas. A pátria exige o nosso maior esforço e sacrifício. Se a pátria o exigir, a pátria terá as nossas vidas, se necessário", declarou o Presidente venezuelano, num comício realizado na capital "em defesa da soberania".
"Se [Simón] Bolívar conseguiu formar sete unidades do Exército para libertar toda a América do Sul e garantir a consolidação da independência na América Central e fora dela, nós devemos ser capazes de defender cada centímetro desta terra abençoada de qualquer ameaça ou agressão imperialista, venha de onde vier e quando vier", sustentou.
Por sua vez, o ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabelo, acusou o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, de ser "um palhaço com delírios" e ameaçou "aniquilar" quem decidir atacar o país caribenho.
"Vai falhar redondamente, tal como aconteceu com muitos palhaços que tiveram a ousadia de interferir na Venezuela", afirmou, segundo a estação televisiva venezuelana Globovisión.
"Lembrem-se das mentiras sobre o Iraque, a Síria, a Líbia, o Afeganistão. Em todos estes lugares, os Estados Unidos intervieram com mentiras; tentaram encenar o mesmo guião no nosso país, mas o mundo não acredita neles", comentou, antes de reiterar que "o verdadeiro objetivo da narrativa norte-americana é roubar os recursos naturais da Venezuela sob o pretexto de mudança do regime e acusações sobre a existência de uma ditadura".
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