Tragédia em Tomar. Avó revela que neto foi morto "ao tentar proteger mãe"
- 26/12/2025
A avó de Alfie Hallett, o menino de 13 anos morto pelo ex-companheiro da mãe, no passado dia 23 de dezembro, na aldeia de Casais, em Tomar, falou à imprensa britânica sobre o neto.
Ao Daily Mail, Linda Hallett disse estar "devastada" com o desaparecimento de Alfie, que descreve como um "menino adorável e gentil com um coração de ouro".
De acordo com a avó britânica, o menino "morreu a tentar proteger a mãe".
Alfie nasceu em Brighton, no Reino Unido, e morou, durante alguns anos, na cidade vizinha de Bognor Regis. No entanto, os pais acabaram por se divorciar e a mãe, também inglesa, decidiu ir viver para Portugal, com o então namorado, um português, alegadamente, chamado Paulo, natural de Tomar.
Alfie tinha apenas quatro anos quando se mudou com a mãe e o então companheiro desta, corria o ano de 2016, para a cidade do distrito de Santarém.
Nessa altura, lamenta Linda, a mulher viajou com o filho sem avisar o pai deste, Mark.
O relacionamento com Paulo acabaria por não resultar, mas a mãe de Alfie decidiu permanecer em terras lusas, onde acabou por conhecer Gonçalo Carvalho, o assassino do filho.
Pai de Alfie morreu em fevereiro
Linda Hallet, que tem sete netos, contou ainda ao Daily Mail que a última vez que viu Alfie foi em 2018, quando este foi passar o Natal com a família paterna. Os contactos eram, desde que este se tinha mudado para Portugal, escassos.
De acordo com a britânica, "em dezembro daquele ano, Mark [o filho] viajou para Portugal e obteve autorização dos tribunais portugueses para contactar Alfie" e levá-lo de férias até Inglaterra.
"Foi maravilhoso rever o Alfie. Lembro-me de como ele ficou feliz em ver o pai e o irmãozinho, Rocco", disse, explicando que o filho tinha um "novo relacionamento e um segundo filho que Alfie nunca tinha conhecido".
Durante duas semanas, foi um verdadeiro sonho. "Mark mimou o filho. Visitaram o Pai Natal, foram ao Mercado de Natal de Winchester, em Hampshire. Na altura, o Mark morava em Tangmere, perto de Chichester, e passamos o Natal na casa dele. Toda a família estava lá e foi algo que nunca vou esquecer. Foi a última vez que estivemos todos juntos", lamentou.
Insegura com o que se passava em Portugal, a avó tentou perceber como era a sua vida com a mãe. O menino parecia "feliz, gostava da sua vida", só se queixava "do calor, às vezes". Mostrava ter saudades da vida em Inglaterra, mas era "tão feliz naquela época. Era realmente uma alma alegre que adorava cantar e dançar".
Os anos passaram e a família acabou por não se reunir mais vezes, apesar de Mark ter tentando e falar regularmente com o filho por "videochamada". No entanto, no passado mês fevereiro, o britânico, que tinha um histórico de problemas cardíacos, morreu após contrair septicemia.
"Gosto de pensar que Mark e Alfie estão reunidos novamente em algum lugar", disse ao Daily Mail, revelando, contudo, que lhe dá algum alento o filho não ter sabido da morte do neto.
"Acho que para ele a dor teria sido insuportável", considerou.
Assassino de Alfie já tinha matado um homem com 37 facadas
Linda soube da morte do neto no dia seguinte ao seu homicídio, pelas 9h30. Foi a filha, tia do menino, que lhe deu a notícia, depois de receber uma chamada de "uma amiga".
Recorde-se que Alfie foi esfaqueado até à morte pelo ex-companheiro da mãe, Gonçalo Carvalho, que já tinha cumprido pena de prisão pelo homicídio de um homem, também à facada. Segundo o Jornal de Notícias, em 2002, o criminoso, que era toxicodependente, tinha matado um traficante, cego, com 37 golpes de faca.
Depois de cumprir alguns dos 12 anos de pena de prisão a que foi condenado pelo crime sangrento, o Gonçalo envolveu-se com a mãe de Alfie.
Os episódios de violência seriam recorrentes e a mulher já tinha, inclusive, apresentado queixa contra ele em 2023. Apesar disso, Gonçalo era visto recorrentemente na casa pelos vizinhos, que relataram a vários meios de comunicação social muitos momentos tensos.
O pior aconteceu no passado dia 23 de dezembro, véspera da consoada. Alfie foi morto à facada, depois de ver a mãe ser violentamente agredida. A mulher, assim como um militar da Guarda Nacional Republicana (GNR) ficaram ainda feridos quando Gonçalo, após assassinar o enteado, fazer explodir a casa.
Desta vez, o criminoso não poderá cumprir pena, uma vez que acabou também por morrer na explosão.
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