Tradição continua e milhares comemoram solstício de inverno em Stonehenge
- 21/12/2025
Ainda na escuridão, uma multidão reuniu-se em redor do local histórico, em Wiltshire, Salisbury, no Reino Unido, nas primeiras horas da manhã de domingo, para assistir ao nascer do sol. O objetivo? Celebrar o solstício de inverno, naquele que é o dia mais curto do ano.
Algumas vestidas com trajes pagãos tradicionais, tal como já tinha sido feito para celebrar o nascer do sol no solstício de verão, há seis meses. Durante o solstício de inverno - que normalmente ocorre nos dias 20, 21 ou 22 de dezembro de cada ano - o sol está no seu ponto mais baixo no céu de todo o ano e pode ser visto através dos arcos de Stonehenge, com outras partes da estrutura também alinhadas para receber o nascer do sol.
A duração exata do dia durante o solstício depende da sua localização geográfica, sendo que a maior parte da Grã-Bretanha recebe cerca de sete horas de luz solar. Já em Portugal continental, o sol nasceu às 7h49 e vai pôr-se às 17h19, com a luz solar a durar 9h30.
A tradição em Stonehenge
Como já vem acontecendo todos os anos, em Stonehenge, pessoas de diferentes partes do mundo reuniram-se, este domingo, para celebrar o solstício juntas na planície de Salisbury.
Win Scutt, curadora da English Heritage e responsável pelos eventos em Stonehenge, deu as boas-vindas aos participantes, conta o Guardian. "Há uma atmosfera fantástica aqui, com muitas pessoas diferentes, de todos os tipos, muitos pagãos, druidas, todo tipo de gente", explicou.
"Tem um qualquer poder, não é? Essa visão incrível, que atrai pessoas de todos os tipos. Há algo em Stonehenge que cativa as pessoas de tantas maneiras diferentes, e é maravilhoso poder partilhar isso".
Para Bradley O'Neill, presenciar o solstício foi a realização de um sonho. Bradley, que viajou da Austrália para a Grã-Bretanha, contou à BBC que vivenciar o solstício em Stonehenge estava na sua lista de desejos. "Simplesmente gosto de mistérios antigos. O mundo está cheio de perguntas e eu também não vou obter muitas respostas, mas tenho certeza de que vou ver algo especial", explicou, acrescentando: "Hoje podemos tocar nas pedras e sentir a energia. A presença que têm é realmente fantástica. Sinto-me especial no meu coração".
Para Golnar Pooya, celebrar o solstício em Stonehenge tem um significado especial. Segue a religião zoroastriana persa, reconhecida como uma das mais antigas religiões monoteístas do mundo e cujos membros celebram o solstício há mais de 2.500 anos. Juntamente com a família, costumam celebrar em casa, nos Estados Unidos, e esta foi a primeira vez que participou nas celebrações em Inglaterra.
"Ficamos acordados a noite toda, comemos muitas romãs (que simbolizam nascimento, renascimento e a vida), reunimo-nos com a família, lemos poesia até o sol nascer, e a celebração é que a escuridão acabou", elaborou Golnar.
"Para nós não é um evento religioso, é mais uma tradição. É espetacular ver tantas pessoas, de tantas culturas diferentes, de tantas regiões diferentes, reunidas, só para ver o sol nascer e a luz voltar à Terra", rematou.
Recorde-se que no solstício de inverno, o eixo terrestre é inclinado no seu ponto mais longínquo do sol. A incidência do sol sobre a linha a 23,5 graus do sul do Equador, o Trópico de Capricórnio, que está mais longe do sol, provoca menor incidência da luz solar e temperaturas baixas.
Pode ver as imagens da celebração na galeria.
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