Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços juntam-se à greve geral
- 18/11/2025
Na nota, o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) dá conta do pré-aviso de greve, lançado pela FEPCES - Federação Portuguesa dos Sindicatos do Comércio, Escritórios e Serviços, onde "toma pública, para todo o seu âmbito e área estatutários, a adesão à Greve Geral de 11 de dezembro de 2025, declarada pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical Nacional [CGTP]".
De acordo com o pré-aviso, "a greve, sob a forma de uma paralisação total do trabalho durante todo o período de funcionamento correspondente àquele dia" tem vários objetivos, nomeadamente "rejeitar o pacote laboral de assalto aos direitos e de afronta à Constituição da República Portuguesa".
Os sindicatos contestam "a desregulação dos horários e o trabalho à borla com a reintrodução do banco de horas individual ou o alargamento das condições para a imposição do banco de horas grupal", a "eternização da precariedade, com a multiplicação dos motivos e ampliação dos prazos para os vínculos precários" e a "facilitação dos despedimentos e promoção dos despedimentos sem justa causa e a limitação da defesa e reintegração dos trabalhadores".
A greve pretende ainda contestar o "ataque aos direitos de maternidade e paternidade, com os horários flexíveis para mães e pais com filhos até 12 anos, com deficiência ou doença crónica, a passar a estar dependentes do 'ajuste ao funcionamento da empresa'", bem como a "redução da dispensa para amamentação até aos dois anos de idade da criança".
O protesto prende-se ainda com "o ataque à contratação coletiva, com a facilitação da caducidade para que o contrato e os direitos possam ser extintos, ou a suspensão ou modificação, por parte do patrão, de parte ou todo o contrato coletivo de trabalho em 'crise empresarial'".
Os sindicatos falam ainda nas "limitações à liberdade sindical" e no "ataque ao direito à greve".
Como objetivos específicos do setor do Comércio, Escritórios e Serviços os sindicatos apontam a exigência do "aumento dos salários para dinamizar a procura interna e combater a perda do poder de compra", a "valorização das carreiras e categorias profissionais" e a defesa de "horários de trabalho humanizados, contra os bancos de horas, adaptabilidades, e outras formas de desregulamentação do tempo de trabalho".
Os trabalhadores "cujo período normal de trabalho diário tenha início ainda a dia 10 de dezembro, e se prolongue pelo dia 11 de dezembro, bem como àqueles cujo início do período normal de trabalho diário ocorra no dia 11 de dezembro e se prolongue pelo dia 12 de dezembro, encontram-se abrangidos pelo presente pré-aviso de greve", lê-se no documento.
De acordo com o pré-aviso, os trabalhadores assegurarão serviços necessários à segurança e manutenção de equipamentos e instalações, assim como os serviços mínimos.
A CGTP e a UGT anunciaram uma greve geral para 11 de dezembro contra a proposta do Governo, naquela que será a primeira paralisação conjunta desde junho de 2013, quando Portugal estava sob intervenção da 'troika'.
Em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, o secretário-geral da UGT explicou que a central sindical avançou para a greve por ter sido encostada à parede pelo Governo, que aconselhou a refletir, e admitiu avançar para "dois dias de greve" se o executivo apresentar proposta igual.
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