Teria Farioli razão? De Jong desarma FC Porto e traz de volta a discussão
- 10/12/2025
Os últimos dias não têm sido fáceis para o departamento médico do FC Porto. Luuk de Jong tinha acabado de recuperar de uma entorse no joelho esquerdo com lesão do ligamento lateral interno, contraída no jogo-treino com o Lusitânia de Lourosa no início de setembro, antes de voltar a parar, nos últimos dias.
Depois de jogar contra Sintrense e Nice, o neerlandês foi lançado para o lugar de Samu Aghehowa no triunfo conquistado na receção ao Estoril, por 1-0, e viu o azar bater-lhe à porta. O avançado sofreu uma lesão parcial no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo e não vai voltar a jogar, esta temporada.
Mas não se fica por aqui. Este fim de semana, os azuis e brancos receberam nova má notícia. Brayan Caicedo, avançado da equipa B do FC Porto que até costumava treinar com a formação principal, sofreu uma rotura completa do ligamento cruzado do joelho esquerdo. Irá ser operado nos próximos dias e também não voltará a ser opção até final de 2025/26.
Intensidade e falta de descanso a fazer das suas?
Estas duas novas lesões graves, que vão dar trabalho ao departamento médico do FC Porto, juntam-se a uma outra, também ela de grande gravidade, que foi contraída pelo central Nehuén Pérez no arranque da temporada e voltam a abrir a discussão sobre a falta de tempo de descanso para os jogadores recuperarem.
Recentemente, Francesco Farioli, na conferência de imprensa de antevisão ao duelo contra o Estoril, queixou-se de um tratamento desigual no calendário, em comparação com os dois rivais Sporting e Benfica, alegando alguma falta de tempo de descanso. Coincidência ou não, Luuk de Jong haveria de se lesionar ante os estorilistas.
"Quanto ao calendário, seria bom termos o mesmo tratamento dos rivais, mas não tendo é uma motivação extra para lutar. Num clube grande esta é a rotina normal, não há nada que reclamar. Quando assinamos contrato queremos jogar mais de 55 jogos. É isto que temos de preparar, para ajudar os jogadores a estarem prontos para estes cenários. O desempenho físico tem sido excelente, corremos mais quilómetros que os adversários. Claro que é preciso ter frescura nas pernas e na cabeça, e também equilíbrio", destacou o italiano.
Ainda que o treinador do FC Porto não reclame do número elevado de jogos, é certo que a onda de lesões não se tem ficado apenas pelo conjunto azul e branco. Quer o Sporting, quer o Benfica não têm mãos a medir no que diz respeito ao departamento médico, nomeadamente os bicampeões nacionais que se viram privados de Geovany Quenda, Pedro Gonçalves e Francisco Trincão nas últimas horas.
A sobrecarga competitiva que afeta o calendário das equipas de topo parece, agora, estar a fazer das suas. Muitas destas equipas participaram no Campeonato do Mundo de Clubes no verão passado e tiveram férias encurtadas. A esta competição fora de um período normal junta-se o já extenso calendário com três a quatro provas internas, sem falar da participação nas competições europeias, muitas das vezes a galinha dos ovos de ouro para algumas equipas, principalmente as portuguesas.
É certo que os plantéis são cada vez mais largos e que os departamentos médicos cada vez mais completos e especializados para tentar limitar o número de lesões e aumentar o tempo de disponibilidade dos jogadores. No entanto, a intensidade do futebol e o ritmo dos jogos são cada vez maiores. Com a falta de tempo de treino e um trabalho de prevenção e reforço que nem sempre é feito com a maior das regularidades, é natural que estas lesões mais graves comecem a acontecer em maior número de vezes.














