TAP: Jorge Pinto considera que se deve aprender com "erros passados"
- 18/11/2025
O candidato presidencial Jorge Pinto considerou hoje que a privatização da TAP "sempre foi um processo inquinado, que levantou muitas questões", e defendeu que se deve aprender "com os erros de privatizações passadas".
Questionado sobre as diligências da Polícia Judiciária relacionadas com a privatização da TAP em 2015, o candidato apoiado pelo Livre disse esperar que este processo "possa afetar no bom sentido" o processo de reprivatização parcial da companhia aérea.
"Quando está em causa colocar à venda um ativo estratégico do nosso país, que de forma bastante literal leva a nossa bandeira a todo o mundo, é importante que aprendamos com os erros de privatizações passadas. E essa privatização, que está agora a ser alvo de buscas, sempre foi um processo inquinado que levantou muitas questões", afirmou.
Em declarações à Lusa à margem de um encontro com jovens universitários, em Lisboa, o candidato questionou "com que dinheiro, afinal, é que se comprou a própria TAP", e que "compromissos é que pode ter havido com a própria Airbus no que diz respeito às encomendas que já estavam feitas relativas a aviões que depois acabaram por não vir para a TAP".
"Estas buscas são essenciais, desde logo, para esclarecer todas as dúvidas que ainda existem e persistem relativamente ao processo de 2015, mas são essenciais também para que evitemos a repetição de erros nesta privatização, que muito provavelmente irá avançar, porque é essa também a vontade do Governo", defendeu.
O também deputado do Livre referiu que a "TAP é um ativo estratégico do país, deveria manter-se pública", mas "não sendo essa a vontade do Governo e não havendo uma maioria parlamentar para evitar que isso aconteça, é absolutamente essencial que não haja a mais pequena margem de dúvida em relação à legalidade, em relação a qualquer negociata que possa estar por detrás desta privatização".
Jorge Pinto pediu também ao Governo "mais precaução" na forma como quer avançar com o processo de reprivatização parcial da empresa e questionou "o porquê de tanta pressa em querer vender um ativo para o país que dá lucro".
"Depois destas buscas, se calhar seria avisado esperar então pelo seu resultado, pelas suas conclusões, para percebermos o que aconteceu e para evitar repetir qualquer problema neste novo processo de privatização", acrescentou.
A TAP, o Grupo Barraqueiro e a Parpública estão hoje a ser alvo de buscas da PJ, com vários meios de comunicação social a apontar alegados crimes na privatização concluída em 2015.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou, em setembro do ano passado, a receção do relatório da Inspeção-Geral das Finanças (IGF) sobre a privatização da TAP, em 2015, e enviou o documento para o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
O inquérito em causa foi aberto em fevereiro de 2023 e resultou da participação efetuada por Fernando Medina e Pedro Nuno Santos, então ministros das Finanças e das Infraestruturas e Habitação (PS), respetivamente.
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