Suspensão dos voos para a Venezuela causa preocupação para o Natal
- 23/11/2025
"Tudo parece indicar que a suspensão tem a ver com questões de segurança devido às operações militares norte-americanas para combater o narcotráfico nas Caraíbas. Esperamos que esta situação evolua rapidamente porque estamos a apenas um mês do Natal e tememos constrangimentos", explicou um passageiro à agência Lusa.
Com viagem prevista para 18 de dezembro, Juan Gonçalves, disse ainda ter dois conhecidos que viram canceladas as suas viagens para Lisboa, estando na expectativa sobre o que fará a TAP.
"Por mais que seja compreensível e justificável, um cancelamento causa incomodidade e já estamos perto do Natal", frisou.
A Lusa contactou telefonicamente duas pessoas cujos voos foram cancelados, que se recusaram a fazer comentários, insistindo que queriam ser encaminhados para os próximos voos.
"Comprei a passagem há mais de seis meses, agora o que quero é viajar, ir ver a família", frisou um dos afetados.
Vários agentes de viagens, que pediram para não serem identificados, explicaram que as pessoas entendem a "gravidade da situação" em particular "a necessidade de garantir a segurança da tripulação e dos passageiros".
Mas que, apesar dos temores das pessoas, de momento não estão previstas novos cancelamentos.
"Há dois voos cancelados e o voo do sábado 29 de novembro está encerrado, não permite fazer reservas. Os passageiros impedidos de viajar devem ser transportados nesse dia (...) Neste momento, há voos disponíveis a partir de 2 de dezembro e há lugares disponíveis para o próximo mês", explicou um agente de viagem.
Outro agente precisou que desde novembro, por questões de segurança e para evitar que a tripulação tivesse de pernoitar em Caracas, a TAP passou a fazer uma escala técnica em Pointe-à-Pitre na ilha de Guadalupe, o que tem feito que uma viagem entre Portugal e a Venezuela demore 10,5 horas em vez de 8 horas, e que de Maiquetía os aviões partam duas horas mais tarde.
A TAP cancelou os voos TP170 de sábado e da próxima terça-feira para a Venezuela, na sequência da informação das autoridades aeronáuticas dos Estados Unidos sobre a situação de segurança no espaço aéreo do país, indicou a empresa.
Numa nota enviada à agência Lusa, a TAP explica que a decisão "decorre de informação emitida pelas autoridades aeronáuticas dos Estados Unidos da América, que indica não estarem garantidas as condições de segurança no espaço aéreo venezuelano, nomeadamente na zona de informação de voo Maquetía".
Adianta que "todos os passageiros foram informados do cancelamento e de que poderão, caso entendam, proceder ao pedido de reembolso", lamentando "o inconveniente causado" por uma decisão que "visa garantir a segurança dos passageiros e tripulação".
Além TAP também a espanhola Ibéria, a colombiana Avianca, a Caribbean, de Trinidad e Tobago, a brasileira Gol e a chilena Latam, suspenderam desde sábado os voos para a Venezuela.
A Administração Federal de Aviação (FAA) dos EUA emitiu sábado um aviso aos operadores de voos comerciais aconselhando-os a "extremar a precaução" ao sobrevoarem a Venezuela e o sul das Caraíbas, devido ao que considera "uma situação potencialmente perigosa na região".
"Recomenda-se aos operadores que extremem a prudência ao operar na região de informação de voo de Maiquetía [correspondente ao espaço aéreo controlado pela Venezuela, que inclui também parte das Caraíbas sul e oriental] a todas as altitudes, devido ao deterioramento da situação de segurança e ao aumento da atividade militar na Venezuela ou seus arredores", refere a FAA no comunicado.
Desde agosto, que Washington mantém uma importante presença militar na zona, com destaque para meia dúzia de navios de guerra, oficialmente para combater o tráfico de droga com destino aos Estados Unidos.
A Venezuela acusa Washington de usar o pretexto do narcotráfico "para impor uma mudança de regime" em Caracas e apoderar-se do seu petróleo.
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