Suspeito de crime em Tomar já tinha cumprido pena. Havia queixa de 2023
- 23/12/2025
A mãe do menino de 13 anos esfaqueado até à morte pelo ex-padrasto, esta terça-feira, em Casais, no concelho de Tomar, já tinha apresentado uma denúncia contra o homem por violência doméstica.
A queixa, segundo avança a SIC Notícias, foi feita à Guarda Nacional Republicana (GNR) em 2023, quando a relação entre o homem e a mulher já tinha terminado.
Já à Lusa, a PJ adiantou que o suspeito tinha antecedentes criminais e já cumprira pena de prisão.
O caso "está a ser investigado no local por inspetores e elementos da polícia científica", disse à agência Lusa a coordenadora da Polícia Judiciária (PJ) de Leiria, Sílvia Lopes, confirmando "o registo de duas mortes e de duas pessoas feridas".
Posteriomente, a PJ acrescentou, em comunicado enviado às redações, que o "suposto agressor tinha já cumprido pena de prisão por homicídio qualificado e a família estava sinalizada na sequência de processos de violência doméstica registados em 2022 e 2023".
Queixas de violência doméstica "nos últimos dois anos"
De acordo com a coordenadora da PJ de Leiria, "na família já haviam sido reportadas situações de violência doméstica, nos últimos dois anos".
À chegada ao local os militares da Guarda Nacional Republicana "constataram tratar-se de um cenário de homicídio, com arma branca, seguido de suicídio, através do rebentamento de uma botija de gás", que além da morte do alegado homicida, causou ferimentos leves num militar da GNR.
De acordo com a mesma responsável, registaram-se também ferimentos na mãe da criança, que foi transportada para o hospital.
Vítima estaria manietada dentro de casa
A estação de Paço de Arcos revelou ainda que a mãe e a criança têm nacionalidade britânica. Já o agressor, que se suicidou após o crime, é português e tem 43 anos.
Esta tarde, o presidente da Junta de Freguesia de Casais, Luís Freire, já tinha adiantado que "havia vários episódios violentos" entre o casal e que a GNR já teria "conhecimento de tudo".
Um dos vizinhos contou que ouviu a mulher, que sofreu ferimentos ligeiros, a "gritar e a pedir socorro" na rua, vindo acompanhada por um cão de raça pastor-alemão. De acordo com estes testemunhos, a mulher apresentava marcas nos pulsos e nos tornozelos, parecendo ter estado manietada.
"Muito assustada, muito maltratada na cara. Parecia-me que até os dentes tinha partido. Muito maltratada e com muito sangue nas mãos", disse Jaime Lopes, adiantando, contudo, que não se apercebeu imediatamente da gravidade da situação.
A mãe e o filho viviam na zona "há mais ou menos dois anos" e, por vezes, os vizinhos ouviam "discussões" na habitação. "A única coisa que pensávamos era ‘qualquer dia acontece uma coisa qualquer’ porque ele [o agressor] não é boa rolha", explicou Jaime Lopes.
Homem explodiu casa após matar criança e agredir ex-companheira
Sublinhe-se que, de acordo com a GNR, o homem é suspeito de ter matado a criança de 13 anos e de ter provocado uma explosão na habitação, acabando por morrer também. Ao Notícias ao Minuto, a GNR adiantou, ainda, que o alerta foi dado pelas 12h45.
Segundo a mesma fonte, o menor, de 13 anos, terá sido morto pelo homem com recurso a uma arma branca. À chegada da patrulha da GNR, o homem terá feito explodir uma botija de gás, provocando ferimentos na mão da criança e num militar da Guarda.
O militar da GNR sofreu ferimentos ligeiros, com um corte no sobrolho, tendo sido transportado ao hospital.
Já a mãe da criança, de 43 anos, recebeu apoio psicológico do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) no local, tendo sido transportada posteriomente para o Hospital de Tomar, onde ainda se encontra internada.
O caso passou para a alçada da Polícia Judiciária.
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