Surto de vírus de Marburgo na Etiópia. O que é, as causas e os sintomas
- 18/11/2025
Esta segunda-feira, o governo da Etiópia declarou um surto de vírus de Marburgo que já levou à morte de três pessoas. Uma equipa da Organização Mundial da Saúde (OMS) foi enviada para o local na tentativa de controlar o surto e apoiar a testagem de novos casos. Sabe do que se trata este vírus que pertence à mesma 'família' do Ébola?
De acordo com o website da rede de saúde CUF, "o vírus de Marburg foi detetado pela primeira vez em 1967, após a ocorrência de vários surtos simultâneos em laboratórios localizados em Marburg e Frankfurt, Alemanha, e em Belgrado, Sérvia".
O que é o vírus de Marburgo?
Tem algumas parecenças com o Ébola, apesar de não serem exatamente o mesmo. Da mesma forma que o Ébola, o vírus de Marburgo pertence à família Filoviridae. "Embora as doenças causadas pelo vírus de Marburg e do Ébola sejam diferentes, têm perfis clínicos semelhantes, capazes de provocar surtos com uma elevada taxa de mortalidade."
A doença causada por este vírus trata-se de uma febre hemorrágica rara e grave que pode ter elevada taxa de mortalidade. Trata-se de uma doença zoonótica, que é transmitida de animais para seres humanos.
Segundo a CUF, "o morcego Rousettus aegyptiacus, que está distribuído pelo território africano, é considerado um hospedeiro natural do vírus de Marburgo, mas também já foi detetado em macacos e chimpanzés".
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Em África têm sido detetados alguns surtos, como este mais recente na Etiópia. Já no início de 2025 foi detado um surto na zona da Tanzânia. Febre alta, arrepios, dor de cabeça forte, dores musculares, diarreia, dores abdominais, cansaço, dor no peito e dor de garganta são alguns dos sintomas associados.
Vírus de Marburgo: a transmissão, quais os sintomas e o tratamento
"O período de incubação (intervalo decorrente entre o momento da infeção até ao aparecimento dos sintomas) da doença causada pelo vírus de Marburgo pode variar entre dois a 21 dias (ou até aos 26 dias)." À medida que a doença evolui, outro tipo de sintomas podem ser detetados, como falência hepática, perda de peso severa, hemorragias graves, inflamação do pâncreas e falência de outros órgãos.
"Nos casos muito graves que resultam em morte, esta ocorre mais frequentemente entre o oitavo e o nono dia após o aparecimento dos sintomas e é geralmente precedida de perda de sangue severa, choque e falência de múltiplos órgãos", explica a CUF.
A transmissão é feita para humanos através do morcego Rousettus aegyptiacus. Referem que também pode existir contágio entre humanos se existir um contacto direto com sangue e secreções da pessoa infetada, contacto com roupa que fluídos que estejam infectados ou mesmo através de sémen infetado.
“A transmissão do vírus de Marburg não ocorre durante o período de incubação e, habitualmente, as pessoas infetadas são contagiosas apenas após o surgimento dos sintomas. Depois, as pessoas são consideradas infecciosas enquanto o vírus for detetado no seu sangue.”
Para se chegar ao diagnóstico da doença são necessários várias exames de sangue já que pode ser confundido com outro tipo de doenças. Existem outros testes que podem ser mais rápidos, mas nem sempre estão disponíveis com tanta facilidade.
Explicam que a taxa de mortalidade pode chegar aos 88%. Contudo, a taxa pode reduzir se forem prestados os cuidados de saúde adequados. “Para aumentar a probabilidade de sobrevivência, a hidratação oral ou intravenosa precoce e o tratamento sintomático são muito importantes.” Até ao momento, não está aprovado nenhum antiviral ou vacina para tratar o vírus de Marburgo. A vacina que já existe para o Ébola não é eficaz nestes casos.
Como forma de prevenção, evitar zonas com surtos ativos é um dos cuidados. Devem ainda ser evitados os habitat deste tipo de animais sem qualquer proteção, bem como evitar o consumo de carne de animais selvagens.
Lavar as mãos com frequência e evitar o contacto com vestuário de pessoas infetadas são outros dos conselhos deixados.
O surto de vírus de Marburgo na Etiópia
Mekdes Daba disse que o Governo etíope, que declarou um surto do vírus de Marburgo na sexta-feira naquela região, realizou testes em 17 casos suspeitos, acrescentando que não existem casos ativos, mas que estão a tomar medidas preventivas, avançou a agência de notícias Associated Press.
Uma equipa da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) foi enviada para apoiar na testagem e controlo do surto.
O ministério da Saúde do Sudão do Sul emitiu no domingo um aviso de saúde pública aos residentes de quatro condados para lavarem com frequência as mãos e evitarem o contacto com fluidos corporais, a fim de prevenir a propagação do vírus.
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