Spinumviva: Jorge Pinto diz ser bom não haver suspeitas sobre PM
- 18/12/2025
"Um Presidente da República não é juiz. Eu respeito, evidentemente, a decisão judicial. Acho que é bom para o país que não haja suspeitas que recaiam sobre um primeiro-ministro em exercício", disse o candidato apoiado pelo Livre, numa deslocação a Évora.
Questionado pelos jornalistas sobre o arquivamento pelo Ministério Público (MP) da averiguação preventiva à Spinumviva, empresa da família do primeiro-ministro, Luís Montenegro, o candidato às eleições presidenciais Jorge Pinto reiterou o que, segundo ele, já tem dito: "A necessidade de transparência, de ética na política é essencial".
Segundo o candidato apoiado pelo Livre, se for eleito como Presidente da República, quando indigitar e nomear um primeiro-ministro vai assegurar-se de que lhe diz que, "num caso semelhante a este de Luís Montenegro, há essa transparência".
"Há até a possibilidade de colocar [esse primeiro-ministro ou ministro] uma empresa pessoal em mãos de uma gestão autónoma durante o mandato para que, no fundo, apliquemos as melhores práticas que já existem a nível global também no nosso país para evitar até problemas como este", sugeriu.
Nesta deslocação a Évora, em que visitou a Associação Évora 2027, gestora da Capital Europeia da Cultura que vai decorrer nesta cidade alentejana nesse ano, Jorge Pinto foi também questionado sobre o facto de Luís Montenegro ter dito que foi alvo de um inquérito criminal.
Na quarta-feira, após a Procuradoria-Geral da República (PGR) anunciar o arquivamento da averiguação preventiva à Spinumviva, por não ter existido "notícia da prática de ilícito criminal", o primeiro-ministro disse que, na prática, o que foi promovido foi "um autêntico inquérito criminal".
Jorge Pinto argumentou hoje que respeita "muito a separação de poderes" e defende a existência no país de "um poder judicial que investiga também os representantes eleitos, quando assim o deve fazer, evidentemente, dentro das normas constitucionais e dentro daquilo que é o respeito também pela vida privada de cada um".
"É a opinião do senhor primeiro-ministro. Que foi alvo de uma investigação preliminar é um facto, que essa investigação preliminar vai ser arquivada é um outro facto e, portanto, tudo o resto são opiniões dos intervenientes", sustentou, insistindo que o que importa é que "essa separação de poderes seja assegurada em todas as suas dimensões".
OU seja, insistiu, "que se investigue o que deve ser investigado, sem que isso signifique uma devassa da vida privada das pessoas ou uma investigação ao arrepio daquilo que a própria lei diz".
E, em paralelo, "que haja também essa transparência no que diz respeito às próprias averiguações preventivas, para que toda a informação que já existe e que pode ser consultada, o possa ser por vós, enquanto jornalistas, por nós, enquanto cidadãos também, para que haja realmente essa transparência total e que não restem dúvidas em relação a este processo", acrescentou.
O candidato apoiado pelo Livre disse ainda que, como deputado, fez e entregou a sua declaração à Entidade para a Transparência "há poucos meses" e, agora, para as presidenciais marcadas para 18 de janeiro, vai atualizá-la, com "o pouquíssimo" que frisou ter mudado sua vida.
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