Soldados israelitas terão alvejado civis "sem restrições" em Gaza
- 10/11/2025
O documentário, que irá para o ar hoje, apresenta testemunhos anónimos e públicos de vários soldados israelitas, que denunciam um "desaparecimento do código de conduta oficial" em relação aos civis no enclave palestiniano, invadido em 2023 em retaliação pelo ataque do movimento islamita Hamas contra Israel, segundo o The Guardian.
"Se quiserem disparar sem restrições, podem fazê-lo", diz Daniel, comandante de uma unidade de tanques das FDI, numa das cenas do filme, segundo o jornal britânico.
Os soldados confirmaram ainda o uso rotineiro de escudos humanos e afirmaram que as tropas abriram fogo sem provocação contra os civis que acorriam aos pontos de distribuição de alimentos estabelecidos pela Fundação Humanitária de Gaza, apoiada por Israel e pelos Estados Unidos, em substituição de agências das Nações Unidas e outras organizações humanitárias, acusadas por Israel de cumplicidade com o Hamas.
Segundo o The Guardian, o documentário descreve um incidente em que um oficial de alta patente ordenou a um tanque que demolisse um edifício numa área designada como segura para civis, onde um homem estendia roupa no telhado.
Os testemunhos do documentário indicam ainda que, durante o conflito, a definição de quem era ou não inimigo se tornou arbitrária.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e 251 foram feitas reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 69 mil mortos, segundo as autoridades locais, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
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