Sindicato denuncia despedimento coletivo na Nokia Portugal
- 18/11/2025
"Este despedimento, além de injusto, se não for travado, terá drásticas consequências em termos de confiança laboral entre os excelentes profissionais que vestem a 'camisola' da Nokia", sustenta o STT em comunicado, garantindo que "a argumentação utilizada pela empresa é falaciosa e mistificadora, baseada numa realidade 'virtual' que é desmentida e desconstruída pela atividade laboral".
De acordo com o sindicato, a gestão da multinacional está a "perseguir trabalhadores que legitimamente se opuseram à transmissão de estabelecimento para a Capgemini", colocando "os seus interesses imediatos e os dos acionistas acima do respeito pelos trabalhadores".
Segundo precisa, os oito trabalhadores visados receberam na segunda-feira a comunicação da intenção de despedimento, onde se lia: "A partir da data de receção da presente comunicação, e por inexistirem tarefas que possam ser desenvolvidas por si, V. Ex.ª ficará dispensado(a) de prestar trabalho, sem perda de remuneração, até ao final do procedimento de despedimento coletivo que agora se inicia".
Manifestando "sérias dúvidas quanto à legalidade deste processo" e questionando a fundamentação invocada, o STT diz estar em causa "uma violação clara e grosseira do dever de ocupação efetiva".
Neste sentido, o sindicato requereu uma reunião urgente aos recursos humanos da Nokia, "com o objetivo de exigir a suspensão do processo e de defender os direitos e a dignidade dos trabalhadores", e questiona: "Hoje o despedimento coletivo envolve oito trabalhadores. Amanhã quantos abrangerá numa nova reorganização?".
O STT alerta ainda para os despedimentos que poderão ocorrer no futuro se avançar o pacote laboral do Governo, "com uma legislação ainda mais 'amiga' do patrão".
Em fevereiro de 2024, a Nokia Portugal procedeu a um despedimento coletivo de cerca de 140 trabalhadores, então justificado com a "redefinição da base de custos".
"A redefinição da base de custos é um passo necessário para nos ajustarmos ao ambiente macroeconómico desafiante e para garantir a nossa rentabilidade e competitividade a longo prazo" e "continuamos confiantes nas oportunidades futuras", disse na altura à Lusa o porta-voz da tecnológica.
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