Sérgio Conceição ataca AC Milan e fala do filho: "O Chico era gordinho"
- 22/12/2025
Sérgio Conceição concedeu, esta segunda-feira, uma extensa entrevista ao jornal italiano La Gazzetta dello Sport, na qual, entre outros temas, falou sobre a passagem pelo comando técnico do AC Milan, de onde entretanto já saiu.
O treinador português assumiu o clube italiano em dezembro do ano passado, sucedendo a Paulo Fonseca. Sérgio Conceição acabaria por levar o AC Milan à conquista da Supertaça de Itália, precisamente em solo saudita, onde agora o luso treina o Al Ittihad, de Jeddah.
"Na verdade, sim. Lembro-me de dias de trabalho intensos ao nível da análise de vídeo, da motivação e das conversas para entrar imediatamente na cabeça dos jogadores. Batemos a Juventus do meu filho Chico e depois o Inter, com uma reviravolta. E chorei", começou por dizer Conceição.
"Balanço? Positivo. De 2016 até hoje, só dois treinadores ganharam troféus com os rossoneri: o Pioli, com o scudetto, e eu. Se somarmos os pontos do nosso período, tivemos um ritmo de Liga Europa, quinto lugar. Os resultados estão lá: penso nos dois dérbis ganhos e na vitória contra a Roma. Lamento a final da Taça de Itália, mas algumas coisas não me agradaram", prosseguiu o treinador português, lamentando a falta de apoio da direção dos rossoneri.
"Havia instabilidade ao nível da estrutura do clube, e à volta da equipa o ambiente não era bom. Por isso guardo com carinho aquilo que fizemos. Além disso, a direção não me apoiou. Dou-lhe um exemplo: depois de vencermos a Supertaça jogámos contra o Cagliari. Nessa altura já circulavam rumores de que o clube estaria a seguir outros treinadores. Eu pensava em trabalhar e em ganhar, com o peso dos resultados. Não tive tempo para trabalhar a todos os níveis. Teria ficado? Sim, mas com algumas mudanças", ressalvou.
Sérgio Conceição garantiu ainda que nunca se sentiu traído pelos seus jogadores.
"Nunca, pelo contrário, estavam comigo. O Theo também o disse na entrevista que vocês lhe fizeram: depois do Feyenoord, quando as pessoas diziam que ele se tinha feito expulsar de propósito, eu defendi-o. Muitos escreveram-me quando saí. Eu exijo rigor, exigência, e depois descontração quando é para descontrair. Se alguém aparece com um quilo a mais, chega atrasado ou coisas do género, eu não posso tolerar. Para mim, no fim de contas, os jogadores são todos iguais", atirou.
O filho Francisco Conceição e a ausência do tema futebol
Nesta mesma conversa, o treinador português lembrou como foi trabalhar com o filho Francisco Conceição no FC Porto e recordou um episódio curioso com o agora futebolista da Juventus.
Com os meus filhos, falo pouco de futebol em casa, o menos possível. O importante é que, ao jantar, deixem os telemóveis no bolso. Exigi isso também no FC Porto e no AC Milan. O Chico estreou-se comigo em Portugal. Em 2020, durante o confinamento, disse-lhe: 'Se tens fome… então bebe água'. Estava um bocadinho gordinho. Para fazer a diferença são necessários sacrifícios e mentalidade. Se pudesse, emprestava-lhe a minha fome. Não que ele não a tenha - tem, e muita -, mas eu, aos 16 anos, levava dinheiro para casa para se poder comer; era diferente. Mas sempre acreditei. E ele também acredita", finalizou.














