"Será imperdoável se nós não conseguirmos consumar acordo" com Mercosul
- 18/12/2025
"Parece-me crucial, como tenho já de forma reiterada vindo a afirmar noutras reuniões do Conselho Europeu, que cheguemos mesmo a um entendimento e à subscrição final do acordo com o Mercosul, que está neste momento ainda num quadro de alguma indefinição ou mesmo indecisão e será imperdoável se nós não conseguirmos consumar um acordo que demorou 25 anos a estabelecer-se", declarou Luís Montenegro.
Falando à chegada à cimeira europeia, em Bruxelas, o chefe de Governo aludia ao aval que a Comissão Europeia aguarda à assinatura do acordo comercial e de parceria com o Mercado Comum do Sul (Mercosul) para a presidente da instituição, Ursula von der Leyen, se deslocar ao Brasil no sábado para oficializar tal parceria.
Para Portugal, o acordo UE-Mercosul é "crucial para garantir reciprocidade e igualdade de tratamento entre a Europa e os nossos parceiros do Mercosul, num quadro de um mercado que abrange mais de 700 milhões de consumidores".
Por maioria qualificada, o Conselho da UE (os países) deve decidir entretanto sobre a assinatura do acordo, que poderia depois acontecer à margem da cimeira do Mercosul, marcada para sábado na cidade brasileira de Foz do Iguaçu, na tríplice fronteira do país com a Argentina e o Paraguai.
Este acordo está a ser negociado há 25 anos.
Na passada terça-feira, o Parlamento Europeu aprovou salvaguardas relativas ao acordo.
A França lidera um grupo de países que se opõe à parceria entre os dois blocos, aos quais se juntou recentemente Itália, permitindo uma minoria de bloqueio, o que pode impedir Ursula von der Leyen de oficializar o protocolo.
Após o anúncio do fim das negociações em dezembro de 2024, o texto tem estado a percorrer as etapas necessárias antes da assinatura formal, como revisão jurídica, tradução e ratificação pelos países.
A UE e os países do Mercosul tentam finalizar aquele que será o maior acordo comercial e de investimento do mundo, que servirá um mercado de 700 milhões de consumidores, no âmbito do reforço da cooperação geopolítica, económica, de sustentabilidade e de segurança.
O acordo abrange os 27 Estados-membros da UE mais Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, o equivalente a 25% da economia global e 780 milhões de pessoas, quase 10% da população mundial.
[Notícia atualizada às 10h19]
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