Separatistas do sul do Iémen acusam Arábia Saudita de lançar ataques aéreos
- 26/12/2025
O Conselho de Transição do Sul, apoiado pelos Emirados Árabes Unidos, disse que os ataques ocorreram na província de Hadramout, no Iémen.
De acordo com a agência de notícias Associated Press (AP), não ficou imediatamente claro se houve feridos nos ataques, que aumentaram a tensão na região, pondo em risco a coligação liderada pela Arábia Saudita que luta contra os rebeldes hutis, apoiados pelo Irão, no norte do país há uma década.
O representante especial para os assuntos estrangeiros do Conselho, Amr al Bidh, disse em comunicado à AP que os seus combatentes estavam a operar no leste de Hadramout depois de terem sofrido "múltiplas emboscadas" por parte de homens armados.
Estes ataques mataram dois combatentes do Conselho e feriram outros 12, disse Al Bidh. Os ataques aéreos sauditas aconteceram depois, acrescentou.
O canal de satélite do Conselho, AIC, transmitiu o que parecia ser uma filmagem de telemóvel que dizia mostrar os ataques. Num vídeo, ouviu-se um homem a culpar aeronaves sauditas.
As autoridades da Arábia Saudita não responderam imediatamente a um pedido de comentário da AP.
Na quinta-feira, o reino instou os separatistas apoiados pelos Emirados Árabes Unidos no sul do Iémen a retirarem-se dos dois novos governos que agora controlam.
O Conselho instalou-se no início deste mês nos governos iemenitas de Hadramout e Mahra.
Os que estão alinhados com o Conselho têm hasteado cada vez mais a bandeira do Iémen do Sul. Os manifestantes reuniram-se na quinta-feira na cidade portuária de Áden, no sul do país, para apoiar as forças políticas que pedem que o Iémen do Sul se separe novamente do Iémen, à semelhança do período 1967-1990.
Após a captura da capital do Iémen, Sana, e de grande parte do norte do país pelos hutis, em 2014, Áden tornou-se a sede do poder do governo internacionalmente reconhecido e das forças alinhadas contra os rebeldes hutis.
As ações dos separatistas têm pressionado a relação entre a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, que mantêm relações próximas e são membros Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), mas também competem por influência e negócios internacionais nos últimos anos.
Assistiu-se igualmente a uma escalada da violência no Sudão, outra nação banhada pelo mar Vermelho, onde o reino e os Emirados apoiam forças opostas na guerra em curso naquele país.
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