Secreta venezuelana detém diretor de meio de comunicação independente
- 14/12/2025
Várias organizações de defesa das liberdades públicas e dos direitos humanos têm denunciado a perseguição sistemática de pessoas que se opõem ao governo venezuelano do presidente Nicolás Maduro. Uma delas, o Foro Penal, estima que há atualmente, pelo menos, 889 "prisioneiros políticos" no país.
No sábado à tarde, Evans, um politólogo de 50 anos, escreveu nas redes sociais que havia recebido a visita de funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), que, sem mandado judicial, lhe pediram que os acompanhasse para uma "entrevista".
Um vídeo filmado por vizinhos mostra Evans a entrar com dois homens à paisana numa carrinha estacionada em frente à sua casa.
"Eles dizem que vão fazer uma entrevista, vou voluntariamente. Vamos ver quais serão as consequências de tudo isto. Vou enfrentar a situação, não tenho nada a temer", afirmou Evans num vídeo publicado na rede social X.
O Sebin recorre regularmente a intimações para "entrevistas", que resultam em "desaparecimentos forçados", explicou à agência France Presse Marino Alvarado, jurista da ONG Provea.
A detenção de Evans foi confirmada pela esposa, Marta Cambero, que exigiu que as autoridades informassem onde seu marido está detido e que lhe prestassem os cuidados médicos necessários à hipertensão que sofre.
Nicmer Evans é diretor do meio de comunicação independente online Punto de Corte. Já foi detido por 51 dias em 2020, antes de ser libertado com mais de 100 "prisioneiros políticos", que receberam na altura um perdão do Governo venezuelano.
Pelo menos 20 jornalistas e funcionários da comunicação social estão presos na Venezuela, de acordo com o sindicato da profissão.
Trinta e três sindicatos profissionais venezuelanos denunciaram na sexta-feira a detenção "arbitrária" de 180 sindicalistas e funcionários daquelas instituições, vítimas de "desaparecimentos forçados", incluindo o secretário-geral do maior sindicato do país, José Elías Torres, que também foi convocado pela polícia para uma "entrevista".
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