Sanções dos EUA à petrolífera russa Rosneft excluem filiais alemãs
- 28/10/2025
A confirmação foi anunciada de imediato pelo Ministério da Economia alemão, que disse ter recebido "garantias das autoridades norte-americanas de que as sanções não serão dirigidas contra as subsidiárias alemãs da Rosneft".
O porta-voz do Ministério da Economia alemão, Tim-Niklas Wentzel, indicou que os negócios com as duas subsidiárias, a Rosneft Alemanha e a RN Refining & Marketing (RNRM), podem ser mantidos a partir do momento da inclusão da Rosneft na lista de sanções e que, como solução temporária, Berlim obteve de Washington uma carta administrativa que assim o atesta.
Sobre as filiais da Rosneft intervencionada, Wentzel destacou que, por terem sido colocadas sob o controlo da Agência Federal de Redes alemã e devido às sanções europeias contra Moscovo, estão fora da matriz russa.
"Por isso, as operações não podem ser dirigidas a partir da Rússia e não proporcionam receitas para a matriz russa ou para o Estado russo", explicou.
Na semana passada, após meses de hesitação, e em retaliação à recusa do Presidente russo, Vladimir Putin, em pôr fim à guerra contra a Ucrânia, o homólogo norte-americano, Donald Trump, decidiu sancionar os dois maiores produtores de petróleo russos, a Rosneft e a Lukoil.
O Ministério da Economia alemão afirmou, numa resposta por e-mail à agência e notícias France-Presse, ter "recebido garantias das autoridades norte-americanas competentes de que as sanções não iam visar as filiais alemãs da Rosneft", sob a tutela de Berlim desde 2022.
Mas o governo alemão pediu a Washington "esclarecimentos adicionais e juridicamente seguros" sobre esta isenção de sanções "o mais rapidamente possível".
Na verdade, a administração Trump enviou apenas uma "carta de intenções" às autoridades alemãs, qualificada como "solução provisória" pelo ministério, que teme possíveis repercussões no abastecimento de combustível do país.
A Rosneft, detida maioritariamente pelo Estado russo, possui várias atividades na Alemanha, ilustrando a cooperação energética muito avançada entre os dois países até à invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022.
O grupo detém participações em três refinarias alemãs, nomeadamente a maioria da PCK de Schwedt, que abastece grande parte do leste do país. As filiais da Rosneft "estão separadas da empresa-mãe russa" e a atividade "não gera receitas" para a empresa ou para o Estado russo, garantiu Berlim.
Em setembro de 2022, vários meses depois do início da guerra na Ucrânia, a Rosneft Alemanha foi colocada sob tutela do governo do então chanceler Olaf Scholz, inicialmente por seis meses.
Este controlo foi posteriormente prolongado até março de 2026, com a promessa de que a Rosneft venderia as participações, sem ter encontrado um comprador até ao momento.
A agência de notícias Bloomberg indicou, sem identificar as fontes, que Washington terá concedido um prazo de seis meses a Berlim para resolver esta incerteza em torno dos ativos alemães da Rosneft, antes que as sanções fossem aplicadas.
As receitas do petróleo e do gás são um dos principais motores do financiamento da máquina de guerra russa.
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