Rússia promete apoiar China numa eventual crise no estreito de Taiwan
- 29/12/2025
"A eventualidade de uma escalada no estreito de Taiwan está prevista no nosso tratado com a China. Um dos princípios fundamentais é o apoio mútuo na defesa da unidade nacional e da integridade territorial", afirmou Serguei Lavrov, em entrevista à agência de notícias estatal russa TASS.
As declarações de Lavrov surgiram num contexto de crescente fricção entre China e Japão sobre a questão de Taiwan.
Em novembro, a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, afirmou, durante uma sessão parlamentar, que um ataque chinês à ilha podia constituir uma "situação de ameaça existencial" para o Japão, admitindo o envolvimento das forças de defesa nipónicas ao lado dos Estados Unidos.
Lavrov criticou a postura do Governo japonês, acusando Tóquio de acelerar um processo de militarização, e apelou à liderança japonesa para "ponderar cuidadosamente as consequências antes de tomar decisões precipitadas".
"O aumento das despesas de Defesa sob a administração da primeira-ministra Takaichi mostra uma direção perigosa que não contribui para a estabilidade regional", advertiu.
Rússia e China têm vindo a realizar voos conjuntos com bombardeiros nos últimos anos, manobras que o Ministério da Defesa nipónico classificou como uma "demonstração clara de força dirigida ao Japão".
Esta manhã (hora local), Pequim anunciou a realização de exercícios militares de larga escala em torno de Taiwan, com o objetivo declarado de aplicar um "severo castigo" às "forças separatistas" da ilha.
Taiwan, ou oficialmente República da China, é governado autonomamente desde 1949, possui Forças Armadas próprias e um sistema político, económico e social distinto da República Popular da China, destacando-se como uma das democracias mais desenvolvidas da Ásia.
Pequim considera, no entanto, Taiwan uma "parte inalienável" do seu território e tem vindo a intensificar, nos últimos anos, a campanha de pressão sobre a ilha com vista à "reunificação nacional" -- objetivo central do plano de longo prazo do Presidente chinês, Xi Jinping, para alcançar "o rejuvenescimento" da nação chinesa.
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