Rússia preocupada com possível operação terrestre dos EUA na Venezuela
- 17/12/2025
"Estamos profundamente preocupados com as ações da marinha dos Estados Unidos", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, numa conferência de imprensa conjunta em Moscovo com o homólogo iraniano, Abbas Araghchi.
Lavrov considerou que "as declarações genericamente beligerantes" de Washington "sugerem que, além das ações ilegais de afundar navios civis sem julgamento prévio nas Caraíbas", os Estados Unidos "estão também a planear uma operação terrestre".
Segundo o diplomata russo, as ações dos Estados Unidos nas Caraíbas "são desaprovadas por praticamente todos os países, exceto pelos europeus".
Lavrov atribuiu o silêncio dos líderes europeus ao desejo de alcançarem o objetivo principal, que disse ser o de "persuadir a administração de Donald Trump a seguir a via europeia na questão ucraniana".
Trump anunciou na terça-feira que a Venezuela estava cercada pela "maior armada jamais reunida na história da América do Sul".
Disse também que o abalo no país liderado por Nicolás Maduro será sem precedentes até que devolva "o petróleo, as terras e outros ativos" que acusou Caracas de ter "roubado anteriormente" aos Estados Unidos.
O "bloqueio total" aos petroleiros na Venezuela anunciado por Trump constitui um reforço significativo dos meios militares dos Estados Unidos em águas internacionais das Caraíbas.
Os meios operacionais destacados recentemente para a região destinavam-se supostamente a combater organizações de narcotráfico.
Moscovo negou, até ao momento, informações de que Caracas teria solicitado ajuda militar à Rússia perante o agravamento das tensões com os Estados Unidos, sejam mísseis, aviões ou baterias antiaéreas.
A diplomacia russa limitou-se a defender a legitimidade de Maduro e o Kremlin (presidência) apelou a Washington para não desestabilizar a situação na região das Caraíbas.
Também as duas câmaras do parlamento russo apelaram à comunidade internacional para condenar as "ações agressivas" dos Estados Unidos em relação à Venezuela.
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