Revelados truques de Maxwell para atrair jovens para núcleo de Epstein
- 22/12/2025
Num dos vários documentos sobre Jeffrey Epstein divulgados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos são descritos quais os 'truques' psicológicos utilizados pela parceira do magnata, Ghislaine Maxwell, para atrair as adolescentes para o núcleo do pedófilo.
Por exemplo, de acordo com o jornal britânico The Guardian, Maxwell era descrita como uma pessoa carinhosa, que fazia piadas e ouvia as pessoas.
Apesar de ser já conhecida a forma como Ghislaine Maxwell atraia as vítimas, a divulgação pública destas informações ocorre num momento em que a ex-companheira de Epstein está a tentar que um tribunal federal de Manhattan lhe reduza a pena de prisão.
Maxwell, recorde-se, foi condenada a 20 anos de prisão por tráfico sexual. Aliás, recentemente, foi noticiado que a mulher estaria a ponderar entrar em contacto com o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para lhe pedir comutação da pena, depois de ter sido transferido para uma prisão de segurança mínima e onde alegadamente estará a ser tratada com diversos privilégios.
Os documentos em questão referem que um agente da polícia relatou, em 2020, a um júri, a entrevista de uma mulher que afirmou ter sido abusada por Jeffrey Epstein quando ainda era menor de idade. A alegada vítima contou que nas duas primeiras visitas a casa do magnata não sofreu qualquer tipo de abuso, mas que foram "estranhas".
No entanto, segundo informações do gabinete da polícia, Maxwell terá "normalizado a situação". "Ela agia como se fosse uma irmã mais velha despreocupada e que fazia comentário do género: 'É isto que os adultos fazem'. O mesmo agente revelou ainda que a vítima disse ter visto a ex-companheira de Epstein em topless na piscina.
"Ela [a vítima] ficou um pouco surpresa, mas Maxwell agiu normalmente", referiu.
Já quando os abusos sexuais começaram, a vítima revelou que, às vezes, estavam presentes outras mulheres, incluindo Ghislaine Maxwell. "Geralmente, começava com uma das raparigas a massajar Epstein... normalmente, a massajar os seus pés", continuou o agente da polícia, citando o relato da mulher.
"Parecia que Maxwell provocava as outras raparigas. Ela agarrava os seios das outras mulheres e instruía-lhes o que fazer", prosseguiu, acrescentando que a vítima "tentava não olhar para Ghislaine porque ela transmitia uma sensação de irmã e então era estranho" e "tentava ficar invisível para que a ignorassem o máximo possível".
A vítima denunciou a atitude de Ghislaine Maxwell como "muito casual". "Ela agia como se isto fosse normal".
Segundo o mesmo documento, a atividade sexual da vítima com Jeffrey Epstein foi aumentando com o tempo. No seu depoimento às autoridades, a vítima foi questionada sobre qual era o seu sentimento em relação ao magnata e à sua companheira.
"Ela disse que sentia que eles a amavam. Ela sentia que eles eram família, que a apoiavam... e foi-lhe transmitido que ela precisava de lhes ser grata", cita a agente da polícia.
Embora a vítima não seja identificada na transcrição, os relatos coincidem com o depoimento de "Jane" durante o julgamento de Ghislaine Maxwell. Na altura, "Jane" revelou em tribunal que Epstein começou a abusar sexualmente dela quando tinha 14 anos e que a ex-companheira do magnata, por vezes, estava dentro do quarto.
Num outro relato de uma vítima citado por um agente da polícia, a rapariga contou que ela e Maxwell conversavam sobre "a sua vida familiar", tendo também contado que "sofreu abusos quando era mais nova".
"Ela contou que a mãe era toxicodependente e que havia sido abusada sexualmente diversas vezes quando era criança", disse.
Maxwell terá perguntado à vítima se era sexualmente ativa e questionou-a se já havia usado brinquedos sexuais. A vítima recordou ainda que recebeu várias presentes - roupas íntimas da marca Vitoria's Secret - e que o remetente era o casal Ghislaine Maxwell e Jeffrey Epstein.
De recordar que a antiga 'socialite' foi condenada em 2021, em Manhattan, por ajudar a atrair adolescentes para serem abusadas sexualmente por Epstein, após um julgamento que incluiu testemunhos de vítimas abusadas entre as décadas de 1990 e 2000.
Já Jeffrey Epstein foi preso em 2019 por ter abusado sexualmente de dezenas de adolescentes e foi encontrado morto um mês depois numa cela de prisão em Nova Iorque, no que os investigadores descreveram como um suicídio.
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