Remoção de ficheiros do caso Epstein "não tem a ver com Donald Trump"
- 21/12/2025
Pelo menos 16 ficheiros desapareceram no sábado do portal do Departamento de Justiça onde estão os documentos relacionados com Jeffrey Epstein, incluindo uma fotografia de Donald Trump.
O desaparecimento dos ficheiros aconteceu menos de um dia depois de terem sido publicados e sem uma justificação por parte do Governo e sem que a ação tivesse sido comunicada.
O Presidente não está envolvido na decisão de remover mais de uma dúzia de imagens dos milhares de páginas publicadas na sexta-feira sobre o magnata falecido, disse o procurador-geral adjunto Todd Blanche, que afirmou que a decisão foi tomada em resposta aos pedidos das organizações de vítimas.
"Depois de termos publicado as fotografias, soubemos que havia preocupações sobre a identidade destas mulheres e sobre o facto de termos divulgado as fotografias, por isso retirámo-las. Isto não tem nada a ver com o Presidente Trump. Dezenas de fotografias do Presidente Trump com o senhor Epstein já foram divulgadas", disse à cadeia de televisão NBC.
Todd Blanghe acrescentou que "a ideia de que uma única foto foi removida porque o Presidente Trump aparece nela é absurda".
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© House Oversight Democrats
Entre os documentos apagados no sábado estava a imagem de uma secretária com fotos emolduradas de figuras proeminentes associadas a Epstein, um conhecido financeiro acusado de tráfico sexual e com acesso privilegiado a personalidades importantes dos EUA, que se suicidou em 2019.
Na fotografia eram também visíveis várias fotos de Donald Trump com mulheres em fato de banho, numa gaveta aberta, segundo a NBC.
Outras imagens que terão sido apagadas incluíam obras de arte com conteúdo sexual explícito, fotografias de caixas de correio cheias de envelopes e uma página de um caderno contendo nomes e números.
A amizade entre Donald Trump e Jeffrey Epstein tem sido alvo de escrutínio, sobretudo por parte dos opositores do Presidente republicano, que afirma ter cortado relações com o antigo amigo e aliado em 2004, antes de Epstein ser acusado pela primeira vez de abusar sexualmente e explorar menores.
Todd Blanche acrescentou que, assim que atenderem aos pedidos das vítimas, os ficheiros serão republicados e defendeu o trabalho do Departamento de Justiça contra as críticas pela divulgação de dezenas de páginas com excertos censurados, documentos divulgados em conformidade com uma lei de transparência aprovada pelo Congresso e sancionada por Trump.
"Se precisarmos de ocultar rostos ou outras informações, faremos isso e depois republicaremos o documento. Desta forma, estamos a cumprir a lei, que, aliás, é o que o Presidente Trump nos tem pedido para fazer desde antes de ser eleito. Ele não tem nada a esconder nos arquivos de Epstein", afirmou.
Todd Blanche alertou ainda que a razão pela qual o Departamento de Justiça ainda está a analisar os documentos e espaçou a sua divulgação, em vez de os divulgar todos de uma vez na sexta-feira, como estipulado, é "simplesmente para proteger as vítimas".
Vários senadores e congressistas, incluindo Dick Durbin, o principal democrata na Comissão Judiciária do Senado, afirmam que o seu partido "investigará esta violação da lei e assegurará que o povo norte-americano sabe disso".














