Quem joga com João Pinheiro, arrisca-se a perder. E a FPF já leva goleada
- 22/12/2025
"Qualquer treinador que vá para o Benfica, arrisca-se sempre a ser campeão", dizia o 'eterno' Mário Wilson, quando comandou o clube da Luz rumo à conquista do título, em 1975/76. Uma frase que, transportada para os dias de hoje, e com ajustes pelo meio, pode 'cair que nem uma luva' junto da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
Os anos passam e João Pinheiro vai fazendo questão de demonstrar que o estatuto de melhor árbitro de Portugal não poderia estar mais mal empregue. Ainda assim, a FPF insiste em jogar com o juiz da Associação de Futebol de Leiria, e, cada vez que o faz, arrisca-se... a perder, como aconteceu na passada semana, com a trapalhada monumental que culminou com o Sporting nos quartos de final da Taça de Portugal (e o Santa Clara fora deles).
A culpa não morre sozinha, claro está. A FPF sublinha que o VAR "tem a função de ajudar a corrigir decisões claramente erradas em momentos-chave do jogo". Mas, afinal, quão "claramente errada" pode ser uma decisão, se necessita de 12 minutos para ser analisada, como aconteceu no Estádio de São Miguel?
Rui Silva deslindou uma falta de Tiago Duarte sobre Morten Hjulmand, na grande área, à beira do apito final, numa altura em que o Sporting perdia, por 2-1. Seria caso para dizer que foi o único a fazê-lo, não fosse ter chamado João Pinheiro a rever o lance e este concordar que, de facto, haveria lugar para a marcação de uma grande penalidade.
Se este se trata, efetivamente, do melhor árbitro de Portugal, estamos tragicamente mal entregues. Luciano Gonçalves e Duarte Gomes, presidente do Conselho de Arbitragem e diretor técnico nacional, respetivamente, bem podem desdobrar-se em justificações sobre os recorrentes erros dos juízes, mas não há como fugir a uma evidência.
Em Portugal, os árbitros são fracos, ponto final. Não se trata de menosprezar seja quem for, é uma constatação do óbvio. Semana após semana, os erros amontoam-se, ora em benefício de uns, ora de outros. Nos jogos envolvendo os ditos 'grandes', estes são mais evidentes, mas o cenário é ainda mais aterrador no resto do panorama nacional.
Este baixo nível reflete-se no facto de Portugal já não ter um árbitro num Campeonato do Mundo desde 2014. Curiosamente, foi... Pedro Proença, o agora presidente da FPF, que parece ter deixado o bom juízo no relvado, visto que, ainda esta semana, já depois do descalabro açoriano, disse que "o futebol português vive, hoje, um momento de grande união".
Nos Campeonatos da Europa de 2020 e 2024, Artur Soares Dias foi o único representante do futebol nacional, mas já pendurou o apito. As perspetivas para o Mundial'2026 são, no mínimo, tenebrosas, até porque João Pinheiro é o nosso mais forte candidato a estar do outro lado do Oceano Atlântico, no verão.
É, no entanto, preciso dizer que, nos Açores, ninguém ficou de cara lavada, começando, desde logo, por Rui Borges, que, tendo em conta o passado ao leme de clubes mais modestos, poderia ter evitado a tradicional desculpa de que não reviu as imagens de um lance no qual foi beneficiado, como já tantas vezes fizeram contra si.
Também se dispensavam as palavras de Vasco Matos a propósito de "um dia negro para o futebol português", que não terá passado, certamente, de um episódio de amnésia, que lhe apagou da memória a também vergonhosa maneira como o 'seu' Santa Clara levou de vencida o Sporting, há pouco mais de um ano, no Estádio José Alvalade.
Na altura, os leões perderam, por 0-1, e, da boca do treinador dos insulares, não se ouviu uma única palavra sobre a atuação de Cláudio Pereira, que deixou passar em branco dois penáltis contra si. Do outro lado, estava o companheiro de profissão, João Pereira, que, mesmo a caminho da 'forca', atirou: "Não vou falar do árbitro".















