Quase metade dos portugueses defende presença de Portugal na Eurovisão
- 30/12/2025
Quase metade dos portugueses considera que Portugal e a RTP devem participar no Festival Eurovisão da Canção, independentemente da participação de Israel. A conclusão é de uma sondagem da Pitagórica para a TVI/CNN Portugal, divulgada esta terça-feira.
Segundo a sondagem, 46% dos inquiridos defenderam que Portugal e a RTP devem participar normalmente no concurso europeu. Já 38% manifestaram-se contra.
Em resposta à questão "Portugal e a RTP devem participar na Eurovisão, mesmo com a presença de Israel, ou boicotar?", 46% respondeu "devem participar na mesma", 28% "deveriam boicotar e não participar", 10% "manter o Festival da Canção, mas não ir à Eurovisão", 9% "depende das circunstâncias/do que acontecer até lá" e 7% não sabem ou não responderam.
No próximo ano, espera-se que o Festival Eurovisão da Canção decorra entre os dias 12 e 16 de maio, em Viena, na Áustria, após a vitória de JJ, com "Wasted Love", na edição deste ano.
No entanto, a participação de Israel poderá colocar o concurso em risco. Cinco países - Espanha, Países Baixos, Irlanda, Eslovénia e Islândia - anunciaram que não vão participar na Eurovisão enquanto Israel participar.
Em competição no 70.º Festival Eurovisão da Canção estarão temas da Albânia, Arménia, Austrália, Áustria, Azerbaijão, Bélgica, Bulgária, Croácia, Chipre, República Checa, Dinamarca, Estónia, Finlândia, França, Geórgia, Alemanha, Grécia, Israel, Itália, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Moldávia, Montenegro, Roménia, Noruega, Polónia, Portugal, São Marino, Sérvia, Suécia, Suíça, Ucrânia e Reino Unido.
Por cá, 16 artistas e bandas irão compor temas para o Festival da Canção, organizado pela RTP. Os nomes foram anunciados em novembro, mas, a 10 de dezembro, a maioria anunciou a recusa em representar Portugal na Eurovisão, em protesto contra a participação de Israel no concurso.
"Com palavras e com canções, agimos dentro da possibilidade que nos é dada. Não compactuamos com a violação dos Direitos Humanos", afirmaram os artistas e bandas num comunicado conjunto.
Cristina Branco, Djodje, Beatriz Bronze (EVAYA), Rita Dias, Francisco Fontes, Gonçalo Gomes, Pedro Fernandes (que trabalha com Gonçalo Gomes), Inês Sousa, Jorge Gonçalves (Jacaréu) e os músicos que integram os Bateu Matou, Marquise e Nunca Mates o Mandarim assinam o comunicado. Mais tarde juntaram-se o artista Dinis Mota e as Agridoce.
De fora ficaram os Bandidos do Cante, André Amaro e Sandrino.
Os Bandidos do Cante, numa publicação nas redes sociais, referiram que, "se um dia o público e o júri entenderem" que a canção que apresentarem "deve vencer", irão "representar Portugal com responsabilidade, respeito e dignidade".
O grupo reconhece que o Festival da Canção "acontece num momento difícil e sensível, marcado pela dor e pela violência em várias partes do mundo", sendo por isso "natural que muitos artistas sintam necessidade de transformar essa preocupação em gestos concretos, incluindo o boicote à Eurovisão".
"Respeitamos profundamente quem escolhe esse caminho e reconhecemos a legitimidade desse gesto artístico", afirmam.














