Qual o impacto que a greve geral terá na sua vida? Um resumo por setores
- 10/12/2025
Esta quinta-feira, dia 11 de dezembro, há greve geral em Portugal. A CGTP e a UGT decidiram convocar a paralisação em resposta ao anteprojeto de lei da reforma da legislação laboral, apresentado pelo Governo, cujos contornos pode conhecer aqui. Afinal, qual é o impacto que vai ter na sua vida?
A greve é geral, como o próprio nome indica, e, por isso, vários serão os setores afetados, que vão desde os transportes até à saúde, passando pela educação e pelos serviços públicos. Aliás, o presidente da Direção Regional Norte da Ordem dos Economistas, Carlos Brito, disse há uma semana ao Notícias ao Minuto que o impacto económico desta paralisação poderá "situar-se entre 600 e 700 milhões de euros".
Carlos Brito explicou também que os "setores mais afetados serão aqueles que dependem mais da presença física dos trabalhadores", mas, "por outro lado, numa lógica de luta laboral, sabe-se que os sindicatos tendem a apostar mais naqueles setores com maior impacto na vida diária dos portugueses".
"Os transportes são talvez o caso mais paradigmático, com paralisações que afetarão milhões de deslocações, incluindo as de muitas pessoas que, à partida, nem pretenderiam aderir à greve", referiu ao Notícias ao Minuto.
Transportes
- CP - A CP informou que se preveem "perturbações na circulação de comboios" na quinta-feira e "possíveis impactos" na quarta e sexta-feira devido à greve geral.
- Metropolitano de Lisboa - O Metropolitano de Lisboa anunciou que vai recorrer da decisão do Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social (CES), que rejeitou a fixação de serviços mínimos para a greve geral de quinta-feira. Em comunicado, a empresa considera que decisão tem um "impacto particularmente gravoso" e compromete "a satisfação das necessidades impreteríveis de mobilidade dos cidadãos" na Área Metropolitana de Lisboa, sublinhando o "papel estruturante" que desempenha no transporte público.
- Metropolitano do Porto - A Metro do Porto prevê ter a operação "fortemente condicionada" na quinta-feira, estimando que o impacto da paralisação comece a ser sentido a partir da noite de quarta-feira, adiantou a empresa.
- TAP - O presidente executivo da TAP assegurou que a companhia está preparada para a greve geral marcada para quinta-feira e prevê realizar um terço da operação, tendo o esforço principal sido evitar que os passageiros sejam afetados. De recordar que as companhias aéreas TAP e Sata e a SPdH, de assistência em terra em aeroportos, acordaram com vários sindicatos a realização de serviços mínimos.
- STCP - A Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) admitiu perturbações devido à greve geral convocada para quinta-feira, indicando que o serviço funcionará condicionado a partir das 00h00 e até às 02h00 de sexta-feira.
- Carris e barcos em Lisboa - A circulação de comboios, barcos e da Carris, em Lisboa, serão abrangidos por serviços mínimos durante a greve geral, mas o Metropolitano não terá serviço, segundo decisões divulgadas pelo Conselho Económico e Social (CES).
Saúde
Os serviços mínimos na saúde para a greve geral de 11 de dezembro incluem situações de urgência, quimioterapia, cuidados paliativos e pensos, segundo a decisão do Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social (CES).
Entre os serviços que têm de ser assegurados no dia da greve geral estão "situações de urgência, assim como todas aquelas situações das quais possa resultar dano irreparável/irreversível ou de difícil reparação, medicamente fundamentadas". Saiba todos os procedimentos que poderão ser realizados aqui.
O INEM anunciou já também que estão definidos os serviços mínimos para a greve geral e manifestou-se convicto de que os técnicos de emergência pré-hospitalar vão garantir que nenhuma situação emergente ficará sem resposta.
Serviços públicos
- Finanças - O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) não aderiu formalmente à greve geral de dia 11 de dezembro, mas decidiu convocar uma reunião própria para dia 12 e alertou que os serviços de Finanças poderão encerrar.
Autarquias
Higiene Urbana, escolas e vários equipamentos municipais serão dos setores mais afetados pela greve geral marcada para quinta-feira, na administração local, onde se deverá registar uma "grande adesão", segundo perspetivaram dirigentes sindicais, ouvidos pela agência Lusa.
"A marcação desta greve teve a virtude de trazer para a discussão pública quais as intenções do Governo com o anteprojeto de alterações à legislação laboral. Há uma grande vontade de impedir que estas medidas avancem e que estas alterações avancem", justificou à Lusa a presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL), Cristina Torres.
Relativamente aos setores mais afetados por esta paralisação, Cristina Torres destacou a recolha de resíduos, escolas, transportes da responsabilidade das autarquias e diversos equipamentos municipais, como piscinas, museus, pavilhões desportivos e bibliotecas.
Educação
Espera-se também que a greve geral tenha impacto nas escolas. O secretário-geral da Fenprof alertou já para as implicações que o pacote laboral tem nas negociações do estatuto para a carreira docente e estimou uma adesão significativa na greve geral de dia 11 de dezembro.
Em relação às expectativas de adesão à greve geral, o secretário-geral acredita que "vai ser positiva", tendo em conta a paralisação de dia 24 de outubro, onde houve "uma percentagem significativa de professores, até superior ao que é normal" devido ao pacote laboral.
Leia Também: UGT antecipa resposta "firme" dos trabalhadores em paralisação que "não vai falhar"














