Projeto do novo hospital em Évora com derrapagem orçamental de 58%
- 18/11/2025
"Uma obra, quando leva muito tempo, acaba sempre por ter derrapagens. Esta já vai em 58% de derrapagem e eu diria que não vamos ficar por aqui", afirmou a governante, em declarações aos jornalistas após ter visitado a empreitada.
Ana Paula Martins falava no atual edifício do hospital de Évora depois de visitar as obras da nova unidade hospitalar e antes de uma reunião com os recém-designados membros do conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Alentejo (ULSAC).
Segundo a ministra, o plano funcional inicial do novo hospital, datado de 2008, apontava para obras de construção na ordem dos 150 milhões de euros e, agora, com "58% de desvio", a empreitada ascende a cerca de 237 milhões de euros.
Entre diversas alterações que foram feitas ao longo dos anos, Ana Paula Martins frisou que "entre 2008 e 2025 muita coisa muda até em termos dos requisitos de segurança e de qualidade assistencial".
Atualmente, a empreitada tem "mais de 70% de execução", salientou, apontando o ano de 2027 como a data prevista para a conclusão das obras.
A governante assinalou que ainda existe "uma decisão importante para tomar em relação a algumas alterações ao projeto, que têm que ser tomadas agora", lembrando que já tomou posse o novo conselho de administração da ULSAC.
Depois, "é preciso rever o acordo" que existia com a Câmara Municipal de Évora para a questão dos arruamentos e dos acessos, adiantou, indicando que já ficou "apalavrada" uma reunião com o presidente do município, Carlos Zorrinho.
"Queremos muito que o novo hospital esteja pronto, a obra, e, depois, temos toda a parte do equipamento e a parte também de recursos humanos, mas isso tem que se fazer simultaneamente", sublinhou.
A ministra considerou que a futura unidade hospitalar "faz muita falta, não só à região do Alentejo", mas, sobretudo, a todo o distrito, admitindo a falta de condições das atuais instalações para profissionais e doentes.
Também em declarações aos jornalistas, o presidente da Câmara de Évora disse ver a visita da ministra às obras do novo hospital como "uma vontade do Governo" para, em conjunto com o município e a unidade local de saúde, se "acelerar e concluir o mais rápido possível" o investimento.
"A câmara está preparada para lançar todas as empreitadas das acessibilidades e depende de duas coisas, que a Estamo [sociedade de capitais públicos para compra, venda e gestão de imóveis e património] nos disponibilize o terreno público que precisamos e que o protocolo que permite as expropriações seja posto em prática", acrescentou Carlos Zorrinho.
A futura unidade hospital deverá ter 360 camas em quartos individuais - podem ser aumentadas até 487 -, 11 blocos operatórios, cinco postos de pré-operatório e 43 postos de recobro, entre outras valências.
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