Presidente romeno acusa Rússia de executar "guerra híbrida" no seu país
- 26/11/2025
O Presidente da Roménia, Nicușor Dan, acusou hoje no parlamento a Rússia de travar uma "guerra híbrida" contra o seu país, através de ciberataques e campanhas coordenadas de desinformação.
Durante a apresentação da Estratégia Nacional de Defesa para os próximos cinco anos, Dan avisou que a Rússia procura corroer a democracia e o Estado de direito na Roménia.
O documento, aprovado por larga maioria pelos deputados, com 314 votos a favor, 43 contra e três abstenções, descreve um ambiente regional instável, marcado pela invasão russa da vizinha Ucrânia desde fevereiro de 2022.
"A guerra que temos ao nosso lado, com todas as suas consequências, e a guerra híbrida que a Rússia está obviamente a travar contra a Roménia e muitos países europeus, levam-nos a assistir a ciberataques, a campanhas coordenadas de desinformação e, como consequência, a pressões sobre a democracia e o Estado de Direito", declarou o líder romeno.
O princípio central do documento estratégico é a "independência baseada na solidariedade", que implica defender os interesses nacionais, mantendo os compromissos com a NATO, a União Europeia (UE) e os parceiros estratégicos.
O plano procura também reforçar a posição da Roménia na fronteira oriental da NATO, nos Balcãs Ocidentais e na região do Mar Negro, e propõe aumentar a dissuasão através de uma maior presença militar da Aliança Atlântica e do aperfeiçoamento das defesas nacionais.
Inclui ainda medidas para garantir a estabilidade económica e a segurança energética, promover a transformação digital e desenvolver infraestruturas críticas.
Após a aprovação pelo parlamento, o ministro da Defesa, Ionu? Mo?teanu, declarou que a ambição do país é tornar-se na "segunda potência militar na fronteira leste", apenas atrás da Polónia, e fazer a transição de consumidor para fornecedor de segurança no Mar Negro.
A estratégia prevê ainda a utilização de instrumentos da UE para impulsionar a indústria de defesa nacional, nomeadamente através de compras conjuntas no âmbito do programa SAFE, do qual a Roménia receberá mais de 16,6 mil milhões de euros.
Estes fundos serão utilizados para modernizar as infraestruturas militares, adquirir novos equipamentos e construir mais de 200 quilómetros de estradas estratégicas.
A Roménia, um país de 18 milhões de habitantes que faz fronteira com a Ucrânia e com o Mar Negro, destina 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB) à defesa e está a apostar na modernização do seu exército, como demonstra a aquisição, há um ano, de 32 caças norte-americanos F-35, considerados os mais avançados do mundo.
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