Presidente da UNITA homenageia angolanos que acreditaram na mudança
- 23/12/2025
"Junto por Angola: Outro Passo para a Liberdade" é o título do livro de Adalberto Costa Júnior, presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, maior partido na oposição), lançado hoje na capital angolana.
Em 215 páginas, Costa Júnior descreve com fotografias, documentos e textos o percurso do seu partido e dos seus parceiros da Frente Patriótica Unida (FPU) -- plataforma política eleitoral que congregou a UNITA, Bloco Democrático (BD) e o PRA JÁ Servir Angola nas eleições de 2022, nas quais elegeram 90 deputados.
Desafios e lições aprendidas antes, durante e depois das últimas eleições gerais angolanas também constam do livro, que "projeta igualmente um olhar estratégico e prospetivo" de Angola, com enfoque nas eleições de 2027, em que o político manifestou crença na vitória.
O livro foi apresentado por Justino Pinto de Andrade, político do BD e atual deputado no grupo parlamentar da UNITA, eleito no âmbito da FPU, para quem o autor traz a "verdade histórica" sobre as eleições de 2022, que "depois terminou numa forma injusta", tendo o MPLA (poder) sido declarado como vencedor.
"Em 2027, temos que vencer o medo", afirmou, considerando que estão já em curso algumas manobras "com a proliferação de partidos políticos". É preciso união para se alcançar a alegria da alternância em 2027, defendeu Pinto de Andrade.
O autor, Adalberto Costa Júnior, disse, na sua intervenção, que livro não é sobre si, mas "é uma homenagem aos angolanos que acreditaram na mudança [em 2022]", referindo que Angola "abraçou a FPU como uma via de permitir uma transição pretendida".
"Aquilo que confirmei, numa campanha interna que acabei de realizar no plano do partido pelo interior do país, [é que] continua presente no seio dos cidadãos uma grande ansiedade pela alternância democrática em Angola (...). Pelas quatro voltas que fiz pelo país entre 2019 e 2025, o que encontramos foi uma Angola que continua a afirmar-se que pretende uma alternância democrática", disse.
Segundo o político, o livro retrata igualmente a campanha eleitoral "muito bonita" feita em 2022, lamentando, no entanto, que esta tenha decorrido entre "barreiras e desafios" impostos por adversários políticos -- aludindo ao MPLA -- "que não queriam que fossemos candidatos às eleições".
Costa Júnior defendeu que almeja um país "verdadeiramente democrático", afirmando: "Angola desenvolvida dos nossos sonhos, Angola parceira internacional só o poderá ser em pleno se for num ambiente verdadeiramente democrático, com uma competição leal e transparente".
Para o líder da UNITA, perante a realidade do país, há "uma absoluta necessidade de negociar uma transição (...) em estabilidade".
Assegurou ainda que o seu partido vai avançar com uma ampla frente para alternância em 2027, no modelo da FPU, argumentando que este mecanismo não é reflexo de medo, mas de "convicção plena de que um partido sozinho não resolve os problemas de Angola".
"Não é uma questão de medos, é uma questão de pragmatismo e de realidade, de desafios verdadeiros e concretos e nós, nesta matéria, temos clareza de opções, vamos voltar a formatar a ampla frente para a alternância. Pensamos que é possível termos sucesso com a aprendizagem de ontem", assinalou.
Segundo Costa Júnior, os atores que protagonizaram a história da FPU -- que conta atualmente com os partidos UNITA e BD, após a saída do PRA Servir Angola -- fazem parte do livro e avisou: "Aqueles que já não estão connosco sentirão a ausência de não estarem connosco, amanhã vão lamentar, porque nós vamos ganhar" em 2027.
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