Presidente da FIA reeleito sem oposição numa eleição polémica
- 12/12/2025
Não haveria outro desfecho possível, mas tinha de ser formalizado: Mohammed Ben Sulayem foi reeleito como presidente da FIA na eleição que decorreu esta sexta-feira (12 dezembro) em Tasquente (Uzbequistão). Vai, assim, cumprir um segundo mandato de quatro anos.
Segundo o jornal AS, Ben Sulayem recebeu 91,5 por cento dos votos entre os 300 clubes da FIA em todo o mundo. A assembleia-geral também elegeu Carmelo Sanz de Barros como presidente do senado, Malcolm Wilson como vice-presidente para o desporto e Tim Shearman como vice-presidente para a mobilidade automóvel e turismo.
A eleição desta sexta-feira também serviu para eleger os membros para o novo Conselho Mundial para a Mobilidade Automóvel e Turismo e para o Conselho Mundial do Desporto. Tal como acontece com o presidente, todos estes mandatos estendem-se por quatro anos, até 2029.
Oposição não pôde avançar e o caso está em tribunal
Polémico ao longo do mandato de quatro anos pela forma como geriu os destinos da FIA, Mohammed Ben Sulayem parecia destinado a ter uma oposição diversificada.
Tim Mayers foi o oponente que se apresentou com mais forte, mas também Laura Villars e Virginie Philipott avançaram com candidaturas contra o atual presidente da entidade.
O primeiro a anunciar a desistência foi Tim Mayers, que em outubro acusou mesmo o processo de estar sujeito a uma "ilusão de democracia" e decidido antes da votação.
É que as regras definem que cada lista candidata tem de nomear um vice-presidente para cada região global, num total de seis. Há apenas um grupo restrito de pessoas elegíveis e a única da América do Sul ficou com Mohammed Ben Sulayem - o que, na prática, invalidou outras candidaturas.
Laura Villars não baixou os braços e levou o caso a tribunal para garantir que as eleições respeitavam "os estatutos próprios da organização e princípios democráticos fundamentais" - conforme explicou em outubro à BBC.
No início do mês, segundo a mesma cadeia televisiva britânica, Laura Villars emitiu um comunicado no qual garantiu que um juiz considerou que as alegadas irregularidades deveriam ser investigadas.
Apesar de não ter sido impedida a realização do ato eleitoral, o advogado da também piloto prometeu dar seguimento ao caso judicial contra a FIA. Está prevista uma primeira audiência para 16 de fevereiro.
A FIA tem sede em Paris e é mais conhecida por tutelar vários campeonatos de desporto motorizado, incluindo os Mundiais de Fórmula 1, Ralis e Resistência. Mas também se dedica à mobilidade, defendendo organizações, indústria e utilizadores do automóvel, para além de advogar pela segurança rodoviária.
[Notícia atualizada às 11h16]














