Portugal na ONU há 70 anos. Marcelo assinala "defesa do multilateralismo"
- 14/12/2025
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, assinalou este domingo o 70.º aniversário da adesão de Portugal à Organização das Nações Unidas (ONU), destacando o "renovado compromisso de Portugal com o multilateralismo" num mundo "cada vez mais fragmentado, polarizado e imprevisível".
"No dia em que se celebra o 70.º aniversário da adesão de Portugal à ONU, o Presidente da República assinala o renovado compromisso de Portugal com o multilateralismo, guiado pelos princípios consagrados na Carta das Nações Unidas, enquanto pilar essencial do direito internacional e de uma ordem internacional baseada em regras", lê-se numa nota publicada no site da Presidência da República.
Marcelo frisou que, "perante um mundo cada vez mais fragmentado, polarizado e imprevisível", o reforço do vínculo às Nações Unidas é "cada vez mais, como um imperativo ético e expressão do carácter universal e indivisível dos direitos humanos, que a todos cabe promover e proteger".
"Como país aberto ao mundo, empenhado em construir pontes, Portugal reafirma a defesa do multilateralismo e dos princípios das Nações Unidas como forma de lutar contra o isolamento, lembrando que não há paz sem direitos humanos nem desenvolvimento sustentável sem sociedades inclusivas", frisou.
Portugal, sublinhe-se, foi admitido como membro das Nações Unidas em sessão especial da Assembleia Geral realizada a 14 de dezembro de 1955. Já a declaração de aceitação para Portugal das obrigações constantes da Carta foi depositada junto do Secretário-Geral a 21 de fevereiro de 1956.
Rangel celebrou 70 anos nas Nações Unidas em Nova Iorque
No início do mês, a 5 de dezembro, decorreu um evento de comemoração do 70.º aniversário da adesão de Portugal à ONU, que contou com a presença do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel. Ao mesmo tempo, decorreu também promoção da candidatura de Portugal a membro não permanente do Conselho de Segurança para o biénio 2027/2028.
"Esta campanha está a ser feita desde 2013 e isso significa que nós temos, ao longo desses anos, angariado muitos apoios. Agora, do que se trata no semestre final, é essencialmente de reforçar e confirmar esses apoios. (...) Embora haja com certeza Estados-membros da ONU que ainda não definiram o seu voto, aquilo que é importante agora é fazer um trabalho consistente de confirmação e de insistência, porque obviamente que nestes seis meses as coisas podem mudar", admitiu.
"Não é um trabalho que começou agora, é um trabalho de vários Governos e que foi, eu diria, de forma sistemática prosseguida por esses vários Governos. Sem dúvida, julgo que a candidatura de Portugal está bem orientada, mas nós agora não podemos baixar a guarda nestes seis meses", insistiu.
No evento, o ministro defendeu que Portugal não pode "baixar a guarda" na reta final da campanha ao Conselho de Segurança da ONU, insistindo na necessidade de estabilizar tendências de voto.
Conselho de Segurança? Portugal tem como adversários diretos a Alemanha e a Áustria
Portugal concorre ao Conselho de Segurança - um dos órgãos mais importantes das Nações Unidas, cujo mandato é zelar pela manutenção da paz e da segurança internacional e cujas decisões são vinculativas - sob o lema "Prevenção, Parceria, Proteção".
A eleição, para membro não permanente para o biénio 2027/2028, deverá acontecer em junho do próximo ano.
Portugal tem como adversários diretos a Alemanha e a Áustria, numa disputa pelos dois lugares de membros não permanentes atribuídos ao grupo da Europa Ocidental e Outros Estados.
A candidatura foi formalizada em janeiro de 2013 e as eleições para o referido mandato realizam-se durante a 80.ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, em 2026, ano em que António Guterres termina o segundo mandato de cinco anos como secretário-geral da ONU.
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