Portugal entre os que mais valorizam democracia e liberdade de expressão
- 09/12/2025
De acordo com o relatório, hoje divulgado, que envolve mais de 12.000 participantes de 12 países europeus, entre os quais Portugal, "os portugueses consideram que viver em democracia é 'muito' ou 'extremamente importante'".
Segundo o estudo, "84% dos inquiridos neste estudo fizeram esta avaliação, resultando numa das percentagens mais elevadas da Europa e que contrasta com a média europeia de 75%".
Portugal destaca-se ainda "no apoio à liberdade de expressão na Internet, sendo o país que mais a defende (64%), um valor também acima da média europeia (52%)".
Quase três quartos (73%) "veem o diálogo digital como uma oportunidade para fortalecer a democracia, reforçando a importância de espaços abertos e regulados para o debate político".
Estas são algumas das conclusões do estudo "Democracia na Era da IA", realizado pela Kantar para o Vodafone Institute for Society and Communications, o qual traça um retrato dos desafios, expectativas e preocupações dos cidadãos face ao impacto da transformação digital nas sociedades democráticas.
"Apesar dos resultados positivos, a satisfação dos portugueses com o funcionamento da democracia permanece modesta, alinhada com a média europeia de apenas 22% de cidadãos 'muito' ou 'extremamente satisfeitos'", adianta o estudo.
Portugal e Espanha "são os países que mais reconhecem a relevância dos media tradicionais no combate à manipulação de informação [desinformação ou 'fake news']".
Segundo o estudo, "63% dos portugueses afirmam que a importância do jornalismo editorial aumentou devido à ameaça da desinformação, um número significativamente acima da média europeia (53%), sendo que a televisão e a rádio continuam a ser os principais meios para verificar a veracidade de conteúdos políticos".
A confiança nos media tradicionais "contrasta com a crescente preocupação com os conteúdos políticos gerados por IA [inteligência artificial], que 39% dos europeus já identificam como uma ameaça à democracia".
Em Portugal, mais de um quarto (28%) dos inquiridos considera "ter encontrado fake news com frequência nos últimos meses, ligeiramente acima da média europeia (27%)".
Embora a disseminação de notícias falsas seja atribuída a diferentes grupos, "os motivos presumidos para tal são semelhantes em todos os países: cerca de metade das pessoas acredita que as fake news têm como objetivo enfraquecer adversários políticos e influenciar o resultado das eleições", lê-se no documento.
Contudo, "os portugueses mantêm uma visão positiva sobre a tecnologia: 38% acreditam que os benefícios da IA superam os riscos, comparado com 30% na média europeia".
Mais de um terço (39%) dos europeus vê a IA como uma ameaça à democracia, enquanto 32% acredita que oferece mais oportunidades do que perigos e 29% manifesta indecisão.
"O estudo revela ainda que a maioria dos cidadãos europeus apoia medidas regulatórias como o Digital Services Act (DSA) e o AI Act, com destaque para Portugal, onde cerca de 70% dos cidadãos apoiam a identificação de conteúdos gerados por IA e a atuação das autoridades nacionais para combater discurso de ódio e notícias falsas no mundo digital", lê-se no comunicado.
A investigação foi realizada entre 24 de fevereiro e 1 de abril de 2025, com 1.000 inquéritos realizados nos 12 países abrangidos - Alemanha, Espanha, Estónia, França, Finlândia, Grécia, Hungria, Itália, Polónia, Portugal, Reino Unido e Suécia - e pode ser consultado no site oficial.
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