Portugal e Angola construíram "relação assente na igualdade e respeito"
- 10/11/2025
"Amanhã fechamos o ciclo das comemorações interligadas dos 50 anos do 25 de Abril e da Independência de Angola. Será um dia memorável. Não obstante o passado colonial, a guerra e toda a turbulência que se seguiu à independência, fomos capazes de construir uma relação que assenta na igualdade e no respeito mútuo. Devemos estar orgulhosos deste percurso", afirmou o diplomata, durante um encontro com a comunidade portuguesa.
Francisco Alegre Duarte destacou "a proximidade e a compreensão do significado da presença de Portugal em Angola" demonstradas pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que hoje chegou a Angola e cuja postura "é respeitada, apreciada e retribuída pelo povo angolano, que carinhosamente o apelidou de Ti Celito".
O embaixador referiu dois marcos que considerou de "alcance histórico" no quadro das comemorações conjuntas dos 50 anos do 25 de Abril e da independência de Angola: a reabilitação da Fortaleza de São Francisco do Penedo, em Luanda, e a recuperação dos talhões militares portugueses no cemitério de Sant'Ana.
Sobre a fortaleza, recordou que "ao longo dos séculos este monumento foi fortaleza, alfândega, depósito de escravos e prisão, e em breve albergará o Museu da Luta pela Libertação Nacional, numa obra apoiada pelo Governo português".
Quanto à reabilitação dos talhões militares, o diplomata agradeceu "a generosidade do Presidente João Lourenço", acrescentando: "Não nos limitámos a resgatar do esquecimento e abandono aqueles talhões. Conseguimos a reconciliação entre os homens, incluindo entre os que combateram, ao honrarmos a memória dos que caíram por Portugal e pela Independência de Angola, de mãos dadas com os nossos irmãos angolanos".
O embaixador destacou ainda o papel das comunidades dos dois países, lembrando que "cerca de 130 mil portugueses residem em Angola e 90 mil angolanos residem em Portugal", e apontou como desafios pendentes "a questão da segurança social, que afeta sobretudo os portugueses em Angola, e a consolidação da boa integração de ambas as comunidades".
"A mobilidade humana, as afinidades culturais e os laços económicos são como o sangue a correr nas veias da nossa relação", afirmou, referindo que mais de cinco mil empresas portuguesas exportam para Angola e cerca de 1.250 empresas portuguesas e de capital misto operam no país, gerando trocas comerciais e investimentos na ordem dos milhares de milhões de euros anuais, com muitas dezenas de milhares de empregos criados, aqui e em Portugal.
Francisco Alegre Duarte, que está a concluir o seu mandato, afirmou que "tem sido uma honra servir em Angola", garantindo que não vai esquecer "a cor desta terra, a generosidade do povo angolano e os bons amigos" que deixa.
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