Polícia israelita deteve 5 colonos por ataque que feriu bebé palestiniana
- 25/12/2025
"Cinco suspeitos foram detidos pela participação num incidente de violência extremista em Sair [localidade palestiniana]", confirmou a autoridade num comunicado citado pela agência EFE.
"De acordo com o relatório, uma menina palestiniana ficou ferida e foi retirada para receber atenção médica. Quando as forças chegaram ao local não se localizaram suspeitos. Na investigação [...] encontraram-se indícios que indicavam a participação de vários suspeitos provenientes de um 'posto avançado' próximo", acrescenta-se no comunicado.
Segundo a polícia, os israelitas lançaram pedras contra a casa da bebé ferida localizada em Sair, nordeste de Hebron, na Cisjordânia ocupada. De acordo com a agência palestiniana Wafa, os atacantes vivem na colónia ilegal de Asfar e no novo colonato na zona de Jorat-al-Jail.
Os ataques violentos de colonos contra palestinianos converteram-se em incidentes diários na Cisjordânia. E, apesar de algumas detenções, gozam de quase total impunidade, com os detidos a saírem em liberdade após alguns dias em prisão domiciliária.
De acordo com dados da organização israelita de direitos humanos Yesh Din, cerca de 94% das investigações abertas pela polícia israelita por violência de colonos entre 2005 e 2024 terminaram sem acusação, e apenas 3% dos inquéritos abertos resultaram em condenações totais ou parciais.
O exército israelita matou um milhar de palestinianos, entre os quais mais de 200 menores, na Cisjordânia ocupada desde os atentados do Hamas de 07 de outubro de 2023. Outros 21 foram assassinados às mãos de colonos, segundo dados das Nações Unidas e da organização não-governamental israelita B'Tselem.
Os colonatos israelitas na Cisjordânia - ocupada por Israel desde 1967 - são considerados ilegais pelas Nações Unidas.
O gabinete de segurança do Governo israelita aprovou no domingo o reconhecimento de 19 novos colonatos na Cisjordânia. Com a decisão, o número total de assentamentos reconhecidos durante o mandato do atual ministro das Finanças - da ultradireita israelita e ele próprio um colono, Bezalel Smotrich, também responsável pelas políticas de colonatos na Cisjordânia - sobe para 69.
O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar, afirmou hoje que nenhum país limitará "o direito dos judeus de viver na Terra de Israel", após vários países terem condenado a aprovação dos 19 colonatos.
"Nós, representantes da Alemanha, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Espanha, França, Itália, Irlanda, Islândia, Japão, Malta, Países Baixos, Noruega e Reino Unido, condenamos a aprovação, pelo gabinete de segurança do Governo israelita, da criação de 19 novos colonatos na Cisjordânia ocupada", lê-se num comunicado conjunto divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros francês na noite de quarta-feira.
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