Pescadores desaparecidos. Caminha garante apoio psicológico a familiares
- 17/12/2025
A autarquia está ainda a garantir alimentação aos operacionais que participam nas buscas pelos três pescadores indonésios desaparecidos desde domingo.
"Estamos em contacto diário com o capitão de porto do mar, que nos vai dizendo quais são as necessidades para aquele dia e nós, da parte da câmara, estamos a acautelar tudo que é necessário para que eles [operacionais] possam exercer as suas funções da melhor forma possível", sublinhou Liliana Silva em declarações à Lusa.
Dois dos cinco pescadores que seguiam a bordo da embarcação que naufragou domingo foram resgatados, sendo que um deles, o mestre, é natural do concelho de Caminha, distrito de Viana do Castelo.
As buscas pelos três pescadores indonésios continuam hoje com os elementos do comando local no âmbito da sua atividade diária, com o apoio das corporações dos bombeiros em pelo menos duas rondas diárias junto à costa.
Liliana Silva disse saber de "diligências que estão a ser realizadas pelo Governo através da embaixada na Indonésia, no sentido também de prestar alguma solidariedade às famílias das vítimas".
"Nós também estamos totalmente disponíveis para colaborar e ajudar em tudo que for necessário", disse.
O apoio prestado pela autarquia estende-se também aos tripulantes da embarcação registada no porto de Vila Praia de Âncora, Caminha, que naufragou na terça-feira a cerca de 370 quilómetros de Aveiro.
"O município de Caminha manifesta a sua total e inequívoca solidariedade para com a família dos pescadores e para com a família do armador do barco pesqueiro de Vila Praia de Âncora, na sequência do trágico naufrágio ocorrido ontem ao largo de Aveiro, que abalou novamente a comunidade piscatória do concelho. Este é já o segundo naufrágio envolvendo embarcações do concelho de Caminha ocorrido no espaço aproximado de 48 horas, uma situação que deixa o município de Caminha profundamente consternado perante o sucedido", refere a câmara na nota.
As buscas pelos quatro pescadores desaparecidos, foram retomadas na manhã hoje, com "um reforço de meios da Marinha, através do navio patrulha oceânico NRP Figueira da Foz, e da Força Aérea, com uma aeronave de patrulha marítima P3".
A Marinha refere ainda que as buscas vão decorrer numa área com mais de 450 milhas quadradas, que foi definida tendo em conta uma rota de deriva dos náufragos e da embarcação sinistrada, calculada com base nas condições meteorológicas e oceanográficas verificadas no local do acidente.
Contactado pela Lusa, o presidente da Associação de Pescadores de Vila Praia de Âncora, no concelho de Caminha, disse que o armador não seguia a bordo do barco "Carlos Cunha".
Carlos Sampaio adiantou que o barco está registado em Vila Praia de Âncora, mas o porto de abrigo é em Vigo, Espanha.
O responsável explicou que o porto de Vila Praia de Âncora não tem condições para acolher este tipo de barco, de grandes dimensões, que se dedicam à pesca do espadarte.
Carlos Sampaio referiu que, além da embarcação que naufragou, o armador António Cunha tem mais quatro barcos, todos registados na freguesia do concelho de Caminha, mas fundeados em Vigo.
A freguesia e a comunidade piscatória de Vila Praia de Âncora manifestaram, na terça-feira, "profunda tristeza e preocupação" pelo naufrágio do barco pesqueiro "Carlos Cunha".
"A população de Vila Praia de Âncora une-se na dor pela perda destes "Lobos do Mar", que se encontram ainda desaparecidos, manifestando a sua solidariedade e apoio incondicional às suas famílias, partilhando o sofrimento e mantendo viva a esperança num momento de profunda angústia e luto coletivo", lê-se na publicação da freguesia na sua página oficial no Facebook.
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