Peritos da ONU preocupados com ativistas pró-Palestina em greve de fome
- 26/12/2025
Entre os peritos está a relatora especial da ONU para os Territórios Palestinianos, Francesca Albanese, que sublinhou que a saúde dos detidos se deteriorou significativamente após quase dois meses sem ingestão de alimentos, podendo enfrentar falência de órgãos, danos neurológicos irreversíveis ou arritmias cardíacas.
"As autoridades devem garantir o acesso atempado a cuidados de emergência e hospitalares quando clinicamente necessário, abstendo-se de ações que possam configurar coação ou retaliação", referiram os especialistas, num comunicado conjunto.
Os peritos indicaram ainda preocupações quanto ao tratamento dos ativistas em protesto, citando relatos de atrasos no acesso a cuidados médicos, uso excessivo de contenção durante internamentos, proibição de contacto com familiares e advogados e ausência de supervisão médica independente.
Os especialistas são mandatados pela ONU, mas não falam em nome da organização internacional.
Quatro dos ativistas pertencem à organização Palestine Action e mantêm greves de fome em diferentes prisões britânicas, numa ação descrita como a mais prolongada no sistema prisional do Reino Unido desde a greve protagonizada por presos do IRA em 1981.
A greve foi iniciada em protesto contra restrições à correspondência, chamadas telefónicas e visitas, bem como contra a ilegalização da Palestine Action.
Os ativistas exigem ainda o encerramento de empresas do setor militar com ligações a Israel e a concessão de liberdade sob fiança aos detidos.
Entre os grevistas há mais tempo contam-se Amy Gardiner-Gibson, conhecida como Amu Gib, de 30 anos, e Qesser Zuhrah, de 20 anos, que completaram mais de 50 dias sem ingerir alimentos, segundo os especialistas da ONU.
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