Pequim expressa "firme oposição" a acordo de cooperação militar de EUA com Taiwan
- 18/11/2025
O porta-voz do Ministério da Defesa chinês, Zhang Xiaogang, afirmou na segunda-feira que a operação - a primeira deste tipo desde o regresso de Donald Trump à Casa Branca - viola o princípio de "uma só China" e os comunicados conjuntos assinados por ambos os países, e classificou-a como interferência nos assuntos internos de Pequim.
Zhang advertiu que a China apresentou um "protesto formal" a Washington e que tomará "todas as medidas necessárias" para salvaguardar a soberania e integridade territorial, além de instar os Estados Unidos a "cessar imediatamente" o que classificou como "prática errada" de armar Taiwan, a fim de evitar um impacto adicional nas relações bilaterais e nos laços militares entre as duas potências.
O porta-voz acrescentou que qualquer tentativa de apoiar o "separatismo" taiwanês por via militar "só trará problemas" àqueles que o promovem, e advertiu as autoridades de Taipé, que acusou de "desperdiçar o dinheiro do povo" na compra de armamento, que "confiar em forças externas ou resistir à reunificação por via armada está condenado ao fracasso".
A venda, aprovada por Washington na semana passada, inclui componentes para os aviões F-16, C-130 e para o caça de fabricação local IDF, de acordo com a Agência de Cooperação para a Segurança de Defesa dos Estados Unidos.
Taiwan sustenta que esses suprimentos reforçarão a preparação de suas forças aéreas e sua capacidade de resposta às incursões chinesas na chamada "zona cinzenta".
As autoridades de Pequim consideram Taiwan como uma "parte inalienável" do território chinês e não descartaram o uso da força para concretizar a "reunificação" da ilha e do continente, um dos objetivos de longo prazo traçados por Xi após a chegada ao poder em 2012.
Há mais de sete décadas, os EUA encontram-se no meio das disputas entre ambas as partes, uma vez que Washington é o principal fornecedor de armas a Taipé e, embora não mantenha relações diplomáticas com a ilha, poderia defendê-la em caso de conflito com Pequim.
Essa postura tem provocado atritos permanentes entre os EUA e a China, cujo governo definiu a "questão de Taiwan" como a "linha vermelha" nas relações entre as duas potências.
O anúncio do protesto chinês coincide com uma semana marcada por outros atritos regionais, especialmente entre a China e o Japão, depois que a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, sugeriu que um ataque a Taiwan poderia constituir uma situação que justificasse a intervenção das Forças de Autodefesa.
Pequim criticou duramente essas declarações, enquanto os meios de comunicação oficiais chineses as descreveram como "perigosas" e contrárias à ordem pós-guerra.
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