Patinhos feios viraram cisnes na noite de crença do Benfica na Champions
- 26/11/2025
Em jogo da quinta jornada da fase de liga, o Benfica precisava de ganhar no terreno do Ajax para sonhar com a continuidade na Liga dos Campeões. O Johan Cruyff Arena foi, na noite desta terça-feira, o palco da primeira vitória (2-0) dos encarnados, que executaram na perfeição a estratégia de José Mourinho.
Sem extremos de raiz, o técnico das águias povoou o meio-campo, com a inclusão de Enzo Barrenechea, Richard Ríos, Sudakov, Aurnses e Leandro Barreiro.
Este foi o segredo para a supremacia da turma portuguesa, que ganhou cor aos 6 minutos. Samuel Dahl inaugurou o marcador com um míssil no interior da área, na sequência de um canto.
O Benfica não livrou-se de (poucos) sustos na primeira parte. Trubin esteve à altura do remate de Davy Klaassen e Godts atirou bastante ao lado, depois de um bom trabalho de pés à entrada da área.
Na segunda parte, foi o Ajax a assumir as despesas do jogo, embora o Benfica tenha adotado uma postura (demasiada) expectante, ao contrário dos primeiros 45 minutos.
O guardião Trubin foi enorme na baliza, resistindo às investidas dos neerlandeses, que iam colocando cada vez mais 'carne no assador'. Em sentido contrário, José Mourinho puxou a equipa para trás para aguentar o resultado, adotando uma estrutura de 5x4x1 na reta final do encontro.
Em cima do minuto 90', Leandro Barreiro selou as contas da partida, num lance de contragolpe feroz.
Vamos então às notas da partida.
Figura
A energia de Leandro Barreiro é contagiante. Está sempre a correr do primeiro ao último minuto, com enorme intensidade. Ajudou Pavlidis na primeira linha de pressão, muito importante para a estratégia montada por José Mourinho. Para completar a boa exibição, marcou um grande golo no final do desafio. Não é dotado tecnicamente, sobretudo em espaços físicos, mas é um fiel soldado, que jamais vai 'trair' o seu comandante.
Surpresa
Depois de ter sido 'vilão' com o Bayer Leverkusen, na ronda anterior, Samuel Dahl redimiu-se em Amesterdão e logo em grande estilo. Aos 6', aquele golaço apanhou toda a gente de surpresa. Realizou uma exibição marcada pela competência, embora com alguns lapsos defensivos. Numa semana em que foi avançado o interesse do clube da Luz em Souffian El Karouani, do Utrecht, o internacional sueco deu uma resposta que está aí para a luta.
Desilusão
Weghorst foi a referência sem sucesso do ataque do Ajax. O neerlandês, de 33 anos, não teve argumentos para superar a dupla de defesas-centrais, composta por António Silva e Otamendi. O jogo aéreo era uma arma do emblema de Amesterdão, mas nada resultou.
Os treinadores
Fred Grim
Qualquer que fosse a estratégia, essa sofreu um impacto com o golo madrugador. Na primeira parte, o Ajax foi presa fácil para o adversário. Os jogadores reagiram na etapa complementar- entrada tardia de Oscar Gloukh-, mas é evidente que o coletivo não atravessa a melhor fase. Terá um técnico interino até à pausa de inverno nos Países Baixos.
José Mourinho
O reparo público aos jogadores teve o efeito pretendido. O Benfica revelou coesão, altos níveis de concentração e realizou uma primeira parte de equipa 'grande' provocando o erro no adversário. No segundo tempo, as faltas de opções para mexer com o jogo fizeram com que o coletivo tivesse de estar mais preocupado em defender a magra vantagem. É notório que este Benfica está mais capacitado para jogos de maior dimensão, quando pode adotar uma postura mais 'ciníca'. No entanto, a maior parte dos jogos requer um Benfica com maior domínio da posse, com capacidade para furar linha de cinco ou seis defesas. Vem aí o Nacional, para o campeonato.
O árbitro
Boa arbitragem por parte de Sven Jablonski, que conseguiu controlar a partida com critério. Nada a apontar em qualquer capítulo.
