Parceiros sugerem medidas para Cabo Verde ter energia mais fiável
- 29/11/2025
"Saudamos positivamente os resultados obtidos pelo Governo quanto à capacidade de produção e armazenamento de energia renovável", indicou o GAO, em comunicado, acrescentando que, "apesar dos progressos [...], ainda permanecem desafios de governança do setor".
A conclusão da reestruturação da Electra, empresa pública de eletricidade, e a consolidação de "um quadro de governação setorial robusto permitirão acelerar os investimentos orientados para a resiliência e manutenção preventiva do sistema elétrico, que, por sua vez, se traduzirão em importantes ganhos de eficiência, numa maior fiabilidade no fornecimento de eletricidade aos consumidores finais e na transição energética ambicionada", indicou.
Os parceiros também salientaram "a necessidade de implementar planos de reforço de capacidades da Agência de Regulação Multissectorial da Economia (ARME) para consolidar a regulação do setor".
"Finalmente, os parceiros reiteram a necessidade de acelerar a implementação das tarifas sociais de energia, alargando a sua cobertura conforme as metas estabelecidas", informou o GAO.
A capital de Cabo Verde, Praia, e outros locais, viveram em setembro e outubro sob apagões diários, nalguns casos superiores a 12 horas, devido a avarias na central elétrica da ilha de Santiago.
O Governo pediu desculpas pela situação e anunciou a abertura de vários inquéritos, mas ainda não foram anunciadas quaisquer conclusões.
A mais recente missão do GAO, copresidida pelo Governo e pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), teve lugar nas cidades do Mindelo e da Praia, entre 20 e 28 de novembro.
O grupo tem como objetivo prestar apoio financeiro e assistência técnica ao Orçamento do Estado, através de subvenções e empréstimos, alinhados com as prioridades nacionais de desenvolvimento, sendo composto pelo Luxemburgo, Portugal, Espanha, União Europeia (UE), BAD e Banco Mundial.
A situação do setor energético foi um dos pontos abordados entre outros assuntos relacionados com a situação macroeconómica, orçamental e da dívida, a gestão das finanças públicas, a reforma da administração pública, emprego, redução da pobreza, ação climática, conectividade digital e dos transportes.
No que respeita à dívida, o GAO saudou a "trajetória descendente da dívida pública", mas "as autoridades reportaram que o serviço da dívida atingiu 50,3% das receitas do Estado no segundo trimestre de 2025", o que levou os parceiros a exortar as autoridades "a manter uma gestão prudente e reforçar a monitorização de riscos fiscais".
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